Para separar dois tipos de negócios que apresentam bastantes diferenças entre si, a Ford decidiu seguir as pisadas de outros fabricantes, como a Renault, dividindo o negócio em duas áreas distintas. De um lado está a Ford Blue, concentrada nos veículos tradicionais equipados com motores de combustão, e do outro surge a Ford Model E, que assume a responsabilidade em tudo o que diga respeito aos veículos eléctricos. E foi exactamente esta última que registou prejuízos avultados em 2022, algo que deverá voltar a acontecer em 2023, de acordo com a própria marca.

Segundo a Ford, a Model E comercializou cerca de 61 mil veículos eléctricos em 2022, só nos EUA, conseguindo ainda assim ser a segunda marca mais vendida, embora longe das 536 mil unidades da Tesla. Mas, contrariamente ao pequeno volume de vendas, os prejuízos da Ford foram consideráveis, ascendendo a 2,1 mil milhões de dólares, o que em parte se explica pelos elevados investimentos que uma nova tecnologia sempre exige.

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Mais do que os 2,1 mil milhões de dólares que perdeu em 2022, a Ford Model E projecta perder mais 3000 milhões de dólares em 2023, o que eleva para lá dos 6000 milhões os prejuízos acumulados desde 2021. E tudo indica que as perdas não irão ficar por aqui, uma vez que o construtor continua numa fase de grandes investimentos, tanto em veículos como em fábricas, que têm de ser fortemente modificadas para aceitarem veículos eléctricos.

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De momento, a Ford oferece uma gama de eléctricos formada apenas pelo Mustang Mach-E, a Transit EV e a F-150 Lightning, sendo que esta é exclusiva para o mercado norte-americano, pelo menos por enquanto. A partir do final de 2023, a gama eléctrica será reforçada com a chegada do Explorer EV, a ser fabricado na Europa, a que se seguirão outros, uma vez que a Ford pretende vender 600.000 modelos eléctricos até final de 2023, para depois atingir 2 milhões de veículos a bateria no final de 2026, altura em que a Model E passará dos prejuízos aos lucros.