Os pilotos da TAP chegaram a acordo com a administração da empresa para cancelar a greve prevista para a época da Páscoa, em abril – porém, embora o Ministério das Infraestruturas, de João Galamba, tenha aprovado o acordo alcançado, falta o ok de Fernando Medina e do Ministério das Finanças. O presidente do sindicato critica duramente o Governo, em quem “não se pode confiar”.

Ouvido pela Rádio Observador, Tiago Faria Lopes, presidente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), confirma que a greve poderá ser desconvocada dizendo que “sempre esteve em cima da mesa” a possibilidade de desmarcar a greve. “Aliás, o acordo já foi atingido com a comissão executiva na semana passada – o problema foi sempre com o Governo que nunca deu aval a este acordo”, afirma Tiago Faria Lopes.

Greve de pilotos da TAP depende de luz verde de Medina. “Ministério das Finanças é único culpado”

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“A intenção foi sempre chegar ao acordo que chegámos”, diz o presidente do SPAC, criticando duramente o Governo: “o Governo já devia ter dado o seu aval, antes de chegarmos aqui, mas nunca teve uma greve em cima da mesa”. “Não iríamos convocar uma greve numa mudança de administração, isso seria inconsciente – agora, como não se pode confiar no Governo, nós ficamos preocupados“, atira.

“Estamos muito perto de acabar com o Estado de Direito”, afirma o presidente da SPAC, dizendo que o Governo “causou danos nas contas da TAP por não ter aprovado um protocolo que tinha sido aprovado pela comissão executiva da TAP”. A paralisação está prevista para a Páscoa e, perante a ameaça de greve, estão a ser feitas várias desmarcações de viagens.

O acordo prevê, entre outras coisas, acabar com a intenção de despedimento coletivo e criar uma nova tabela de ajudas de custo. O Ministério das Infraestruturas vê com bons olhos o acordo e as Finanças prometem analisar a questão em breve, procurando garantias de que a sustentabilidade futura da empresa não fica em risco.