Siga aqui o nosso liveblog da guerra na Ucrânia

A Rússia desvalorizou esta segunda-feira, 397.º dia de guerra, a reação do Ocidente aos seus planos de colocar armas nucleares táticas na vizinha Bielorrússia, argumentando que os Estados Unidos fazem o mesmo há décadas com os aliados. Da China, um dos mais importantes parceiros de Moscovo criticou a decisão, sublinhando que uma “guerra nuclear nunca deve ser travada”.

“Uma guerra nuclear nunca deve ser travada.” China critica decisão da Rússia em colocar armas nucleares na Bielorrússia

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Esta segunda-feira o Presidente ucraniano viajou até à região de Zaporíjia, onde visitou soldados feridos em combate. Volodymyr Zelensky esteve reunido com o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica para discutir a segurança da central na região, ocupada pelas forças russas há vários meses.

Estes são os principais destaques do 397.º dia de guerra na Ucrânia:

O que aconteceu durante a noite?

  • O Presidente ucraniano afirmou que a central nuclear de Zaporíjia é “refém” das forças russas há mais de um ano. “É a pior coisa que poderia acontecer na história dos europeus”, disse Volodymyr Zelensky no habitual discurso.
  • Durante a noite foram ouvidas explosões nos distritos de Sviatoshyn e Obolon, em Kiev. A notícia foi divulgada pelo Kyiv Independent, que cita o presidente da câmara, Vitali Klitschko.
  • Uma fonte do Ministério da Defesa confirmou ao Observador que os três tanques Leopard 2 que Portugal prometeu já chegaram ao território ucraniano. Os primeiros tanques Challenger-2 prometidos pelo Reino Unido também já chegaram a Kiev, avançou o Ministério da Defesa ucraniano.
  • O parlamento húngaro aprovou, com 182 votos a favor e seis contra, um projeto-lei para autorizar a entrada da Finlândia na NATO. No entanto ainda não há uma decisão sobre a candidatura da Suécia, noticiou a Reuters.
  • A Polónia, Estónia, Letónia e Lituânia juntaram-se à Ucrânia na oposição à reintegração dos desportistas russos e bielorrussos em competições desportivas internacionais, na véspera de uma reunião do Comité Olímpico Internacional para tomar uma decisão sobre o assunto.
  • A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha disse que o anúncio russo sobre a colocação de armas nucleares na Bielorrússia é uma nova “tentativa de intimidação” e parte de uma “retórica irresponsável”. Já Peter Stano, porta-voz da Comissão Europeia no setor dos Negócios Estrangeiros, disse que haverá consequências se a Rússia deslocar armas nucleares táticas para a vizinha Bielorrússia, como anunciado pelo Kremlin.
  • As autoridades ucranianas anunciaram que proibiram a entrada de civis na cidade de Avdiivka, na região de Donetsk. Apenas os militares estão autorizados a entrar e a sair da cidade, revelou o o líder da administração regional. “Fico triste ao dizê-lo, mas Avdiivka está a tornar-se cada vez mais como um daqueles lugares dos filmes pós-apocalípticos”, afirmou.

O que aconteceu durante a tarde?

  • Os 18 tanques Leopard 2 prometidos pela Alemanha já foram enviados para a Ucrânia, uma notícia avançada pelo jornal Der Spiegel e entretanto confirmada pelo chanceler alemão. Uma fonte do Ministério da Defesa confirmou ao Observador que os três Leopard 2 que Portugal prometeu também já chegaram ao território ucraniano.
  • O Presidente ucraniano encontrou-se com o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) em Zaporíjia, região onde se encontra a maior central nuclear da Europa, ocupada desde o início da guerra pela Rússia. Volodymyr Zelensky também visitou Marhanets, Nikopol e Dinpro.
  • A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, criticou a decisão da Rússia em colocar armas nucleares na Bielorrússia. “Uma guerra nuclear nunca deve ser travada”, sublinhou.
  • As autoridades polacas detiveram um homem, na cidade de Gdansk, acusado de fazer espionagem para a Rússia. Em comunicado, a polícia revelou que, de acordo com as conclusões da investigação, “o suspeito agiu em benefício da inteligência russa ao obter e recolher informações”,

O que aconteceu durante a manhã?

  • De acordo com a Sky News, o Kremlin está disposto a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para impedir aquilo que diz serem “esforços ocidentais” para “encobrir” o que aconteceu, já depois de ter classificado o ato como terrorismo internacional.
  • Um edifício da polícia sob controlo russo na cidade ocupada de Melitopol, em Zaporíjia, ficou danificado num ataque esta manhã. O autarca Ivan Fedorov, fiel ao Kremlin, atribui o ataque aos militares ucranianos. Já Kiev denunciou um ataque com mísseis russos em Sloviansk, em Donetsk, que matou duas pessoas e deixou 29 feridas.
  • O secretário do Conselho de Segurança russo acusou a NATO de participar diretamente no conflito na Ucrânia ao fornecer armas ao país e informação com o objetivo de vencer a Rússia no campo de batalha. Nikolái Pátrushev garantiu que a Rússia tem armas suficientes para destruir qualquer país, até os EUA.
  • O Ministério da Defesa russo indicou que o drone que explodiu em território da Rússia no domingo era ucraniano. De acordo com a Interfax, o drone era do tipo Tu-141 e foi atingido pelo sistema de defesa aéreo Pole-21, caindo depois perto da vila de Kireevsk.
  • Já terminou o treino dos soldados ucranianos que estão no Reino Unido para aprender a manusear os tanques Challenger 2. O militar John Stone, que liderou a equipa, disse ao The Guardian que os britânicos ficaram “impressionados” com a competência dos ucranianos:
  • O Instituto para o Estudo da Guerra refere no mais recente relatório sobre a guerra que o Presidente russo continua a preterir o fim da guerra por meio de negociações e a preferir uma vitória bélica.