A fabricante de chips norte-americana Nvidia não vê um contributo relevante vindo do setor das criptomoedas, mesmo que esta seja uma das áreas que mais tem consumido componentes da empresa. Michael Kagan, diretor de tecnologia da Nvidia, diz em entrevista ao jornal britânico Guardian que as moedas digitais não “trazem nada de útil à sociedade”.

O responsável da Nvidia vê uma utilização potencial maior dos recursos de computação desenvolvidos pela empresa em áreas como a inteligência artificial (IA), onde o ChatGPT é uma das principais tendências. Michael Kagan reconhece que a indústria dos criptoativos precisa de um grande poder de processamento, para minerar as criptomoedas, por exemplo, o que levou a que muitos agentes comprassem componentes da Nvidia. “Compraram muitas coisas e depois a [indústria] colapsou, porque não traz nada de útil à sociedade. A inteligência artificial traz”, disse ao Guardian.

“Com o ChatGPT toda a gente pode criar a sua própria máquina, o seu próprio programa: é só dizer o que se quer fazer e ele faz. E se isso não funcionar da forma pretendida, é só dizer que se quer algo diferente.”

“Nunca acreditei que as cripto fossem fazer algo de bom para a humanidade”, continua o responsável da Nvidia. “As pessoas fazem coisas malucas, mas compram as coisas, conseguimos vender-lhes coisas. Mas não direcionamos a empresa para apoiar o que quer que isso seja.”

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A Nvidia é mais conhecida por vender componentes gráficos para jogos, mas também tem desempenhado um papel relevante nesta nova vaga de inteligência artificial. A primeira versão do ChatGPT foi treinada por um supercomputador com 10 mil placas gráficas da Nvidia, nota o Guardian. A empresa vai aparentemente continuar a ter um papel relevante nos próximos momentos desta vaga de inteligência artificial, já que a Microsoft anunciou há duas semanas que comprou “dezenas de milhares” de processadores A100 da Nvidia para alimentar os fluxos de trabalho da OpenAI.

O A100 é o componente que tem alimentado muitos dos trabalhos mais recentes na área da investigação em inteligência artificial. De acordo com a CNBC, este processador custa cerca de 10 mil dólares (9.270 euros).

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