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Começam a ser conhecidos mais pormenores sobre o ataque desta terça-feira de manhã no Centro Ismaili, em Lisboa, que resultou na morte de duas mulheres portuguesas, que trabalhavam na instituição. O atacante está a receber tratamento hospitalar e sob custódia das autoridades e, segundo informação recolhida pelo Observador, estaria em Portugal há cerca de um ano, perdeu a mulher num campo de refugiados na Grécia e tem três filhos menores. Ponto a ponto, é esta a informação já conhecida sobre o ataque e o que ainda falta perceber.

O que já se sabe:

  • O alerta para o ataque foi dado às 10h57 à PSP, que diz ter demorado um minuto a chegar ao local.
  • Num comunicado divulgado por volta das 12h20, a PSP confirmou ainda a existência de duas vítimas mortais e de “diversos feridos”, sem quantificar. Rahim Firozali, presidente do Conselho Nacional da Comunidade Muçulmana Ismaili, diz que além das duas vítimas mortais há um ferido. O Público fala, por sua vez, em dois feridos, um deles em estado grave. O outro é ferido ligeiro, que chegou ao hospital pelos próprios meios com um corte no tórax e outro no pescoço.
  • As vítimas mortais são duas mulheres de nacionalidade portuguesa, funcionárias do Centro, segundo confirmou o Observador. Teriam cerca de 20 e 40 anos, diz a CNN Portugal. O ferido, que foi esfaqueado no pescoço e transportado para o hospital, é professor do Centro Ismaili.
  • O atacante é de nacionalidade afegã. Segundo informação recolhida pelo Observador, o homem chegou a Portugal há cerca de um ano, depois de a mulher ter morrido num campo de refugiados. Veio com os três filhos menores, que estariam na escola, e vive na zona de Odivelas.

Chegou a Portugal há um ano, vive em Odivelas, é viúvo e descrito como “calmo”. Quem é o atacante que matou duas pessoas no centro Ismaili?

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  • O homem era presença assídua no Centro Ismaili, onde tinha aulas de português e apoio alimentar. A SIC Notícias, que cita fonte da comunidade ismaelita, refere que tem cerca de 40 anos e problemas psiquiátricos.
  • Segundo o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, o homicida é um homem “relativamente jovem” com três filhos menores — de 9, 7 e 4 anos —, cuja mulher faleceu na Grécia “em circunstâncias difíceis”. Foi colocado em Portugal onde beneficiava do “estatuto de proteção internacional”. Em Portugal tinha uma “vida bastante tranquila” e uma “fácil relação” com a comunidade. Não havia “qualquer sinalização que justificasse cuidados de segurança”, disse ainda o ministro. A Associação da Comunidade Afegã em Portugal descreve o atacante como uma “pessoa muito calma”, sem registo de “situações que pudessem ser preocupantes”.
  • Ao Observador, Nizam Mirzada, de 37 anos, irmão de uma das testemunhas do ataque, relata que o homicida estava a participar numa aula de português, que começou às 10h00 e deveria terminar pelas 13h00. Na turma estariam outros cerca de 15 alunos. O atacante dirigiu-se ao professor para o agredir e os colegas tentaram detê-lo, sem sucesso. Terá depois ameaçado cometer suicídio, colocando a faca junto ao pescoço. Mas saiu da sala e foi então que atacou as duas mulheres que viriam a morrer.
  • O Presidente da República, em comunicado, assegura que está a acompanhar a situação e que, apesar de ainda estarem a decorrer investigações, “as primeiras indicações apontam para um ato isolado”.
  • Isso mesmo tinha também sido dito pouco antes pelo primeiro-ministro, António Costa — “tudo indica que foi um ato isolado”. Costa considera que é “prematuro fazer qualquer interpretação sobre as motivações deste ato criminoso”.

Marcelo e Costa apontam para “ato isolado” no ataque no Centro Ismaili de Lisboa

  • A PSP refere que quando chegou ao local se deparou com um homem armado com uma “faca de grandes dimensões” e que lhe ordenou que parasse o ataque. O agressor não cumpriu, avançou em direção à polícia e foi atingido a tiro pelas autoridades.
  • O atacante está vivo e a receber tratamento no Hospital de S. José. Estava, pelas 13h45, a ser operado no Hospital de São José depois de ter sido baleado na perna.
  • A PSP apelou à “serenidade” e pede que as pessoas não se desloquem para o local.
  • O caso foi entregue à Unidade de Contraterrorismo da Polícia Judiciária, em vez de ao departamento de Homicídios, segundo a CNN Portugal.
  • As testemunhas do ataque estavam, durante a tarde, a ser ouvidas no interior do Centro.

O que falta saber:

  • Uma das grandes questões por responder é o que é que ao certo motivou o ataque desta manhã — se na origem estiveram problemas psicológicos ou psiquiátricos ou, eventualmente, razões terroristas (uma hipótese que não foi confirmada pelas autoridades, apesar de o caso ter sido entregue à Unidade de Contraterrorismo da Polícia Judiciária e não ao departamento de Homicídios).
  • Falta também saber quantos feridos resultaram do ataque. Rahim Firozali, presidente do Conselho Nacional da Comunidade Muçulmana Ismaili, diz que além das duas vítimas mortais há um ferido, mas o Público fala em dois — um ligeiro e outro em estado grave.
  • Resta, também, perceber se o homem já tinha feito ameaças antes, como chegou a ser avançado. E ao cuidado de quem ficarão agora as crianças.