O fundador da plataforma de criptomoedas FTX, Sam Bankman-Fried, terá pago 40 milhões de dólares (37 milhões de euros) a funcionários chineses para recuperar o acesso a ativos congelados por Pequim, afirmam as autoridades chinesas num documento divulgado esta terça-feira.

Com base nestas informações, os serviços do procurador federal de Manhattan, Damian Williams, acrescentaram a acusação de corrupção às outras que visam o antigo líder da plataforma FTX. O julgamento de Sam Bankman-Fried deverá começar no outono.

Segundo o documento, Bankman-Fried terá transferido os fundos em 2021 para obter das autoridades chinesas o acesso a mil milhões de dólares de criptomoedas que estavam em contas da Alameda, a empresa de investimentos que dirigia. As autoridades norte-americanas não referem se a alegada iniciativa foi bem-sucedida.

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A FTX, a segunda mais importante plataforma de criptomoedas, colapsou em novembro, após uma crise de confiança e levantamentos em massa feitos pelos clientes. Bankman-Fried e outros dirigentes são acusados de ter utilizado as contas dos clientes, sem o conhecimento destes, para alimentar operações especulativas da Alameda. Extraditado das Bahamas para os Estados Unidos em dezembro, Bankman-Fried corre o risco de ser condenado a anos de prisão. O julgamento deverá começar em outubro, em Nova Iorque.

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As acusações envolvem também dois outros antigos dirigentes da FTX e Alameda, Gary Wang e Caroline Ellison, que se deram como culpados de algumas e aceitaram colaborar com as autoridades norte-americanas, ao contrário de Bankman-Fried, que contesta as que o visam.

Sam Bankman-Fried também é acusado de ter investido, sem autorização, fundos de clientes da FTX em bens imobiliários nas Baamas. O procurador federal de Manhattan acusa-o igualmente de ter efetuado donativos a figuras políticas democratas, incluindo Joe Biden, durante a campanha presidencial.