“Um dia isto vai fazer mais sentido. Deixei provas mais do que suficientes para trás. Mas algo mau está prestes a acontecer”. É uma das mensagens que Audrey Hale, mulher transgénero de 28 anos, enviou a uma amiga de infância às 9h57 desta segunda-feira, dia em que levou a cabo um tiroteio na Covenant School, escola privada cristã em Nashville que frequentou.

As mensagens foram enviadas para Averianna Patton, que afirma que não falava com a autora do tiroteio há muito anos, apesar de se conhecerem “bem” quando eram crianças. Como Audrey Hale escreveu que estava a planear “morrer hoje” e que essa notícia iria aparecer nos noticiários norte-americanos, a antiga colega decidiu ligar para uma linha de prevenção de suicídio. Mas não conseguiu impedir os eventos que se seguiram e que vitimaram seis pessoas, incluindo três crianças.

Eu não conheci a adulta… não conheci esse lado dela”, adiantou Averianna, em declarações à CNN, acrescentando que não percebe porque é que recebeu as mensagens, uma vez que não mantinha contacto com Audrey.

A estação televisiva adianta ainda que Audrey Hale se encontrava a receber tratamento médico devido a um distúrbio emocional que lhe foi diagnosticado. Em declarações à polícia de Nashville, os pais da mulher disseram que não sabiam que a filha tinha sete armas escondidas em casa. “Os pais sentem que [Audrey] não devia deter armas”, afirmaram as autoridades.

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Ataque em escola privada cristã em Nashville faz seis mortes. Atiradora tinha mapa detalhado e deixou manifesto

Três das sete armas que comprou entre 20 de outubro de 2020 e 6 de junho de 2022 foram utilizadas no ataque desta segunda-feira. Entretanto, as autoridades divulgaram, no YouTube, as imagens capturadas pelas câmaras corporais utilizadas pelos polícias Rex Engelbert e Michael Collazo — sendo que foi o primeiro que atingiu a atiradora na segunda-feira às 10h27.

São pouco mais de seis minutos de vídeo. As imagens, que são sensíveis e que não se encontram disponíveis para menores de idade, mostram os agentes a entrar apressadamente na escola e, de seguida, em várias salas para procurar o autor dos disparos. Os tiros vêm do segundo andar, para onde os polícias se dirigem a correr. O som dos tiros vai ficando cada vez mais alto até que Rex Engelbert dispara várias vezes contra uma pessoa que estava perto de uma grande janela. A atiradora cai imediatamente no chão.

Em declarações à CNN, John Cooper, disse que foi a rápida resposta das autoridades que evitou que existissem mais fatalidades. “Isto foi muito planeado e vários locais foram investigados”, acrescentou. As autoridades consideram que o tiroteio foi direcionado e muito planeado, com Audrey Hale a ter mapas detalhados da escola.