O Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública da Madeira (STFP-RAM) classificou esta terça-feira como “migalhas” o aumento salarial adicional de 1% e a subida do subsídio de alimentação para seis euros, considerando que o Governo “devia ir mais além”.

A nossa posição acerca destas últimas medidas é que elas configuram umas migalhas”, disse à agência Lusa o presidente do STFP-RAM, Ricardo Gouveia.

Na sexta-feira, o ministro das Finanças, Fernando Medina, anunciou que os funcionários públicos vão ter um novo aumento salarial de 1% este ano e uma subida no subsídio de alimentação de 5,20 para seis euros, afirmando que representam “uma medida de justiça para todos aqueles que celebraram o acordo de rendimentos com o Estado”.

Nós entendemos que isto continua a ser insuficiente, é uma migalha do Governo da República, porque os graves problemas continuam a persistir e continuam a subsistir todas as razões que estiveram subjacentes à greve que foi decretada no corrente mês”, acrescentou Ricardo Gouveia.

O presidente do STFP-RAM, que integra a Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, considerou ainda que as medidas constituem “mais fumo do que fogo”, sublinhando ser necessário “continuar a lutar” para que ocorra uma “reposição efetiva do poder de compra”.

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Nós entendemos que é preciso ir mais além e que isto é insuficiente”, disse, insistindo que as novas medidas são “mais fumo do que fogo” já que, após tantos anos, “a função pública precisa que o seu poder de compra seja reposto, porque foi uma das classes do país que mais pagou fatura da crise de 2012, que levou à implementação de um severo programa de austeridade, que foi pago, na maioria pela função pública”.

Ricardo Gouveia realçou que as reivindicações da Frente Comum permanecem inalteradas, nomeadamente que a primeira posição remuneratória passe para 950 euros e que seja aplicado um aumento de 100 euros em todas as posições, bem como o aumento do subsídio de alimentação para um valor aproximado dos sete euros.

Nós vamos continuar a nossa reivindicação e a aderir às formas de luta que forem implementadas a nível nacional, porque isto é uma matéria que tem de ser resolvida pelo Governo da República, uma vez que é da competência absoluta da Assembleia da República”, disse.

Em janeiro, a base remuneratória da administração pública aumentou de 705 euros para 761,58 euros (cerca de 8%), enquanto os trabalhadores que ganham até cerca de 2.600 euros brutos receberam um aumento de 52,11 euros e, a partir desse valor, foi aplicada uma atualização de 2%.

Na sexta-feira, o ministro das Finanças disse que o aumento adicional de 1% e a subida de 5,20 euros para seis euros no subsídio de alimentação representam “uma medida de justiça para todos aqueles que celebraram o acordo de rendimentos com o Estado”.

Honramos esse acordo com um aumento adicional de 1% para todos os trabalhadores da administração pública portuguesa porque é isso que resulta da aplicação e dos resultados das contas finais de 2022″, realçou.