A administração da empresa responsável pela Carris Metropolitana referiu esta quarta-feira, no parlamento, que a marca de autocarros trouxe mais 30% de oferta em relação aos serviços das transportadoras anteriores a 2022.

Numa audição da comissão de Administração Pública, Ordenamento do Território e Poder Local requerida pelo Chega, devido ao “mau arranque” da Carris Metropolitana, o presidente do conselho de administração da Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML) sublinhou uma melhoria crescente dos serviços de autocarros.

Faustino Gomes garantiu que as quatro operadoras privadas que compõem a marca rodoviária, gerida pela empresa pública TML, cumprem um valor de quilómetros por veículo “muito perto dos 100%“.

Nós já estamos a fazer os valores do contrato […] e isso já permite ter uma oferta de mais 30% em relação ao que era a oferta anterior”, assumiu o administrador da TML.

Em fevereiro de 2020, o então presidente do Conselho Metropolitano da Área Metropolitana de Lisboa (AML), Fernando Medina, fixou a meta nos 40%, pelo que o objetivo ainda não terá sido cumprido.

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Relativamente à falta de motoristas, um dos problemas que tem sido apontado na Carris Metropolitana, Faustino Gomes admitiu a situação, mas negou que tenha sido o motivo do adiamento do início da marca para 2023 na margem norte da AML.

Apesar de ter dito esta quarta-feira que a falta de motoristas “está praticamente resolvida em todos as áreas” em relação ao que está contratualizado, o vogal da administração da TML Rui Lopo indicou, em declarações ao Jornal de Notícias na segunda-feira, que faltam 60 motoristas nas duas operadoras da margem norte, situação que disse esperar estar resolvida em abril.

Com um fluxo de passageiros num dia útil escolar a rondar as 500 mil pessoas, Faustino Gomes realçou que a frota anterior tinha uma idade média superior a 15 anos e que agora é de cerca de um ano.

Reconhecendo que a comunicação sobre o início da operação poderia ter sido melhor, o administrador referiu que os horários das carreiras estão no ‘website’ e em várias plataformas eletrónicas e que se espera que venham a existir painéis de informação junto a várias paragens.

Vários deputados da comissão apontaram falhas na Carris Metropolitana, que opera desde o verão de 2022 nos concelhos da margem sul do rio Tejo e em janeiro na margem norte, nomeadamente falta de horários nas paragens, investimento na desmaterialização da bilhética, salários e formações dos motoristas.

Sobre este último ponto, Faustino Gomes afirmou que há um acordo para nivelar os salários nas operadoras.

Também numa audição na comissão parlamentar, a atual presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa, Carla Tavares, garantiu esta quarta-feira que não houve uma formação extra para motoristas imigrantes, mas antes uma instrução específica para condução de veículos como autocarros.

Carla Tavares disse que agora “o foco é estabilizar o mais possível esta operação” e que o processo em torno dos transportes é o melhor trabalho dos 18 municípios da AML.