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A Rússia acusou esta quarta-feira os Estados Unidos de estarem diretamente a levar a cabo “atividades biológicas” em larga escala na Ucrânia. No mesmo dia o embaixador russo em Estocolmo afirmou que a Finlândia e a Suécia vão tornar-se “alvos legítimos” para “retaliação” assim que se tornem membros da NATO. Em resposta à ameaça a Suécia já convocou o responsável russo para justificar as declarações.

Suécia e Finlândia tornam-se “alvos legítimos” após adesão à NATO

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Estes são os principais destaques desta quarta-feira:

O que aconteceu durante a noite?

  • O governo alemão decidiu aumentar a assistência a Kiev e enviar 12 mil milhões de euros adicionais em apoio militar à Ucrânia, noticiou a Reuters. O financiamento adicional inclui 3,2 mil milhões de euros que serão desembolsados em 2023 e linhas de crédito para o período entre 2024 e 2032 no valor de 8,8 mil milhões de euros.
  • Mykhailo Podolyak, um dos principais conselheiros do Presidente da Ucrânia, disse esta quarta-feira que a guerra pode acabar “diplomaticamente”. Basta para isso que as tropas russas “se retirem das terras ocupadas”, defendeu numa publicação na conta oficial de Twitter.
  • O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu que as democracias se unam contra a Rússia e a China, e para mostrar que “são fortes e determinadas”.O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu mais apoio internacional para o que designou como uma “guerra contra a democracia” no seu país.
  • O chefe do Estado-maior das Forças Armadas dos EUA apontou que o grupo de mercenários Wagner está a sofrer pesadas baixas na área de Bakhmut. Já as autoridades ucranianas admitiram esta quarta-feira que os russos conseguiram alguns “sucessos parciais” nessa direção, mas garantiram ter repelido vários ataques durante o dia.
  • Durante a tarde foi ouvida na península da Crimeia — território anexado pela Rússia em 2014 — uma explosão perto de uma base militar em Hvardiiske. O líder regional pró-russo, Sergey Aksyonov, avançou que terá sido abatido um veículo aéreo não tripulado, sem revelar a origem do equipamento.
  • O ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, disse esta quarta-feira que as Forças Armadas da Ucrânia estão a planear uma contraofensiva durante a primavera em vários pontos do país. “Estou certo de que vamos continuar a libertar os territórios temporariamente ocupados, como fizemos nas regiões de Kiev, Chernihiv, Sumy, Kharkiv e Kherson”, afirmou.
  • As tropas russas na Crimeia parecem estar a formar novas trincheiras junto às rotas que dão acesso à península ucraniana, anexada por Moscovo em 2014. A notícia foi divulgada pela Sky News, que cita o analista Brady Africk, do American Enterprise Institute.

O que aconteceu durante a tarde?

  • As autoridades russas emitiram um mandado de busca e detenção de Nadezhda Tolokonnikova, uma das fundadoras do grupo feminista punk Pussy Riot, que atualmente reside num país da União Europeia.
  • A agência de Energia da Dinamarca revelou que o objeto detetado perto do gasoduto Nord Stream 2 é na verdade uma boia marítima e não representa um risco para a segurança. O objeto foi detetado durante uma inspeção ao gasoduto, que foi alvo de um ataque de sabotagem em setembro do ano passado.
  • O Presidente Vladimir Putin admitiu que as sanções impostas pelo Ocidente podem trazer consequências “negativas” para a Rússia. Insistiu, no entanto, que o país está a conseguir adaptar-se.

  • O líder da empresa russa de mercenários Wagner, Yevgeny Prigozhin, admitiu que a batalha pela cidade de Bakhmut está a dizimar os exércitos dos dois lados.
  • O primeiro-ministro cabo-verdiano destacou o Tribunal Penal Internacional como “regulador imprescindível”. Em resposta ao mandado de captura contra o chefe de Estado russo, garantiu que o país não terá de cumprir a ordem. “Esse problema não se vai colocar porque o Presidente Putin não vem a Cabo Verde”, afirmou.
  • A Agência Internacional de Energia Atómica, das Nações Unidas, está a trabalhar num novo esquema para proteger a central nuclear de Zaporíjia. A informação foi divulgada pelo responsável máximo da agência, Rafael Grossi, que está esta quarta-feira a visitar as instalações da central.
  • O governo russo anunciou a realização de manobras militares na Sibéria que onde está incluída a utilização de mísseis intercontinentais Yars, de capacidade nuclear. Nos exercícios estão envolvidos mais de três mil militares e cerca de 300 peças de equipamento.
  • Espanha vai enviar para a Ucrânia seis carros de combate Leopard a seguir à Páscoa, anunciou a ministra da Defesa espanhola. Margarita Robles afirmou que as possibilidades de uma paz negociada nesta guerra são neste momento “muito reduzidas”.
  • O ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, afirmou numa conferência de imprensa que os Estados Unidos estimam neste momento que mais de 220 mil soldados russos terão sido mortos ou feridos desde o início da invasão de grande escala à Ucrânia.

O que aconteceu durante a manhã?

  • O diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM) considerou que houve condições para que os ucranianos “ultrapassassem o período mais difícil do inverno”, apesar dos obstáculos e da incerteza com a invasão russa.
  • O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, admitiu que a guerra — não apenas contra a Ucrânia, mas de certa forma contra o Ocidente — está para durar. No encontro habitual com jornalistas, Peskov disse que a “confrontação entre Estados hostis” que existe atualmente “vai durar muito tempo”.
  • O Ministério da Reintegração da Ucrânia informou que um total de 19.514 crianças ucranianas foram deportadas ilegalmente pela Rússia, enquanto 4.390 se encontram nos territórios ocupados.
  • O Ministério da Defesa ucraniano anunciou que o seu exército abateu um bombardeiro russo Su-24M, perto da cidade de Bakhmut. A operação terá ocorrido na terça-feira.
  • As forças armadas ucranianas atacaram a cidade de Melitopol — território atualmente controlado pela Rússia no sul da Ucrânia, na região de Zaporíjia. De acordo com a agência de notícias russa TASS, os ataques ucranianos terão deixado a cidade sem eletricidade e atingido um armazém ferroviário.
  • O Presidente ucraniano deu uma entrevista à Associated Press, na qual sublinhou que uma vitória russa em Bakhmut pode levar os russos a conseguirem apoios no campo internacional e que Kiev está dependente do apoio total dos Estados Unidos. Volodymir Zelensky disse ainda que convidou o homólogo da China, com quem não fala há um ano, a visitar a Ucrânia.