Uma greve “preocupante” e com “impacto significativo”. Os partidos da oposição reagiram assim à greve da agência Lusa, que começou esta quinta-feira e se prolongará até domingo, e na sequência da qual o serviço para clientes (os outros órgãos de comunicação social) ficou interrompido. Já o PS veio garantir que o conselho de administração e os trabalhadores estarão “muito perto” de um acordo.

Os socialistas reconheceram o “direito legítimo” à greve, nas palavras do líder da bancada, Eurico Brilhante Dias, mas frisando os avanços nas negociações e lembrando os aumentos que já tinham sido negociados com os sindicatos da função pública.

“Penso que há grande proximidade entre o que é proposto pelo conselho de administração e o que é pedido pelos trabalhadores, têm sido dados passos para chegar a bom acordo. Estamos muito perto de um acordo”, assegurou.

Já a oposição apressou-se a apontar o dedo ao Governo. No PSD, o líder parlamentar, Joaquim Miranda Sarmento, lembrou que os trabalhadores da Lusa não faziam greve “há mais de vinte anos” e que, sendo esta uma entidade pública “com bastante relevo”, a situação é “preocupante”.

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E apontou culpas: “Há uma degradação das condições de trabalho, salariais e não só, dos funcionários públicos que é muito significativa”.

Também à direita, André Ventura, do Chega, disse “lamentar que um serviço noticioso tão importante esteja em greve”, com um impacto “significativo”, mas garantiu compreender “perfeitamente” as razões dos trabalhadores, a quem assegurou a solidariedade do Chega.

À esquerda, os partidos deram o seu apoio aos trabalhadores da Lusa. Joana Mortágua, do Bloco de Esquerda, disse numa intervenção no Parlamento querer “saudar os ausentes do plenário” — os jornalistas da Lusa que costumam cobrir os debates parlamentares — por estarem a fazer uma greve “histórica“. “Espero que inspire muitas redações e jornalistas a lutarem pelos seus direitos, tão importantes numa época cada vez mais de desinformação”.

Já o PCP esteve nas concentrações dos trabalhadores em Lisboa e no Porto para mostrar a sua “solidariedade” com quem presta o “serviço público insubstituível”. Numa publicação no Twitter, o partido notou que os trabalhadores da Lusa “não têm aumentos salariais há 12 anos” e “exigem que o Governo dê resposta às suas reivindicações”.