Foi tudo amor à primeira vista. Literalmente. De Rui Costa e Lourenço Pereira Coelho, que há muito tinham o técnico alemão referenciado como o homem que poderia abrir uma nova era no futebol. De Roger Schmidt, que aterrou em Lisboa com a frase “quem ama o futebol, ama o Benfica”. Dos jogadores, que aceitaram de olhos fechados a ideia de jogo que não demorou a abrir os olhos de quem a tinha de defrontar. Dos adeptos, que além de vitórias e golos viram um futebol como há muito não existia na Luz. Era complicado encontrar uma simbiose tão grande em tão pouco tempo e não demorou muito também até aos responsáveis da equipa encarnada perceberem que o casamento deveria ver os seus votos renovados. Neste caso, até 2026.

Num processo que nunca levantou qualquer problemas de ambas as partes, tendo em conta a ligação e visão comuns que desde cedo existiram, o Benfica decidiu anunciar esta sexta-feira o prolongamento do contrato com o germânico que terminaria em 2024, na antecâmara da deslocação a Vila do Conde para defrontar o Rio Ave no encontro que abre um ciclo de nove a dez semanas até ao final da época onde os encarnados não só tentarão capitalizar os dez pontos de avanço no Campeonato (havendo um clássico na Luz frente ao FC Porto na próxima sexta-feira) como também avançar mais do que os quartos na Liga dos Campeões.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“O Sport Lisboa e Benfica e o treinador Roger Schmidt estenderam a sua ligação contratual até 30 de junho de 2026″, anunciou o clube da Luz numa notícia em atualização colocada no site oficial.

“É o expoente máximo do futebol, ao nível de um Real ou Barcelona. As pessoas poupam para ir ao estádio”: os elogios de Schmidt ao Benfica

“É uma grande honra fazer parte do Benfica. Para ser sincero, no início não esperava assinar um novo contrato tão cedo, mas faço-o com 100% de convicção. Sinto que estou no sítio certo e fico muito satisfeito por o Benfica acreditar em mim, especialmente o presidente Rui Costa e Lourenço Coelho, e toda a Direção. Estou muito feliz no Benfica, temos uma excelente equipa e os adeptos são fantásticos. Esperamos continuar a jogar bom futebol, vamos atrás de títulos e isso é uma grande motivação para mim. Foi uma decisão clara, para mim, permanecer mais tempo no Benfica”, começou por comentar o treinador à BTV.

“As minhas expectativas desde o início eram muito altas, porque, como já disse, para mim, o Benfica é um clube muito especial no futebol europeu. A convicção do nosso presidente em contratar-me para o Benfica deu-me a confiança para vir e sentir-me no sítio certo. Quando começámos a jogar, rapidamente vimos bom futebol e fomos capazes de vencer jogos. Com o entusiasmo dos adeptos, podemos mesmo apreciar o futebol. Não foi fácil pensar nisso, com tantos jogos, mas sinto que o Benfica é um grande clube. Objetivos? São sempre os mesmos, a principal missão é fazer os adeptos felizes. Isso acontece quando jogamos bom futebol e ganhamos títulos. Somos o Benfica, temos de jogar para conquistar títulos. Vamos dar o nosso melhor para fazer isso nesta primeira temporada mas também nos anos seguintes”, acrescentou.

“Roger Schmidt foi o primeiro pilar do projeto. Traçámos o perfil. Definiu-se se seria português ou estrangeiro. O primeiro aspeto era a qualidade, queríamos um jogo atrativo. Desde que tivemos a notícia que poderia não renovar, fizemos uma primeira abordagem. Na primeira conversa fiquei com a convicção que seria o futuro treinador do Benfica. Se olharmos para o plantel do ano passado e o deste ano conseguimos perceber as mais-valias de futuro. O esforço que fizemos está salvaguardado com o futuro do Benfica e com os ativos que tem. Umas das premissas foi não olhar tanto para os números de forma raciona e apontar a um plantel forte, coeso e que nos dê garantias. Vai ser preciso tempo para estarmos bem desportivamente e financeiramente. Foi uma reestruturação grande mas foi tudo feito com principio, meio e fim”, comentara Rui Costa em setembro, numa entrevista à BTV onde explicou as opções de mercado.

“Yaremchuk perdeu seis quilos no início da guerra”: Rui Costa explica opções de mercado (e deixa uma “bicada” ao Sporting)

“Entendi que Roger Schmidt podia ser o intérprete ideal para corporizar esta lufada de ar fresco de que o Benfica precisava. Era um treinador que eu conhecia e que me tinha ficado debaixo de olho desde que nos tinha eliminado com o Bayer Leverkusen [na Champions] e contra o PSV, em 2021, apesar de termos ganho, e bem, a eliminatória que nos abriu as portas da Champions, gostei do estilo de jogo dos holandeses e quis que a minha equipa pudesse vir a tê-lo”, acrescentou em dezembro numa entrevista ao jornal A Bola.

Rui Costa admite que o mercado de inverno “vai trazer entradas e saídas” mas Enzo é para ficar

Em atualização