Pelo quinto mês consecutivo, a subida de preços abranda em Portugal. Segundo a estimativa rápida do INE, a taxa de inflação fixou-se nos 7,4% em março, quando em fevereiro tinha ficado nos 8,2%.

O INE explica esta desaceleração com um “efeito base” resultante da subida do preço dos combustíveis e dos produtos alimentares verificada em março de 2022, o primeiro mês completo de guerra na Ucrânia.

Para esta desaceleração também contribuíram, por um lado, a diminuição da inflação dos produtos energéticos, que terá tido não um abrandamento, como até aqui, mas uma variação homóloga negativa, de -4,4% em março, face a 1,9% em fevereiro. Ou seja, os preços estão hoje a um nível mais baixo comparativamente há um ano. E, por outro lado, a desaceleração da inflação referente aos produtos alimentares não transformados, que em fevereiro tinha escalado e ultrapassado os 20% e que agora abranda, mas mantém-se elevada, nos dois dígitos, para 19,3%. São, portanto, os preços dos alimentos que estão ainda a puxar pela inflação.

A inflação subjacente (ou seja, a inflação sem produtos alimentares não transformados nem energéticos) terá registado uma variação de 7% (7,2% no mês anterior).

O INE estima ainda uma variação média dos últimos 12 meses de 8,7%, menos 0,1 ponto percentual face a fevereiro. E o índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), que permite comparações internacionais, terá registado uma variação homóloga de 8% (8,6% no mês precedente).

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Esta é, porém, ainda uma estimativa provisória. Os dados definitivos relativos a março serão publicados a 13 de abril.

Inflação na zona euro abranda para 6,9%

Segundo a estimativa rápida do Eurostat, o gabinete de estatísticas da UE, a inflação da zona euro abrandou para 6,9% em março, depois de ter estado nos 8,5% em fevereiro. Com um IHPC de 8%, Portugal está, assim, acima da média.

Os alimentos são o principal contributo para que a inflação se mantenha elevada na zona euro e continuam, aliás, a acelerar: o índice que junta alimentos, álcool e tabaco subiu para 15,4%, face aos 15% de fevereiro. Esta componente “deverá ter a taxa anual mais elevada em março”, estima o Eurostat.

Também o índice dos preços nos serviços acelerou: de 4,8% para 5%. Já os produtos industriais não energéticos abrandaram, de 6,8% para 6,6%. E a energia tombou consideravelmente: o índice passou de 13,7% em fevereiro para -0,9% em março. Isto quer, portanto, dizer que os preços da energia estão a um valor mais baixo do que face há um ano, tal como em Portugal.

Fonte: Eurostat