No dia em que se registam protestos em sete cidades do país contra as políticas de habitação, foram vários os protagonistas políticos a juntarem-se aos milhares de manifestantes. Em Lisboa, Catarina Martins, Paulo Raimundo e Rui Tavares fizeram questão de marcar presença nos jardim da Alameda D. Afonso Henriques, acompanhados por outras figuras do Bloco, PCP e Livre, respetivamente. Os três, aliás, alinharam no mesmo discurso: o pacote de Habitação apresentado pelo Governo não vai resolver nada.

Em declarações aos jornalistas, Catarina Martins começou por dizer que o “preço da habitação é um dos maiores problemas do país” e exigiu mais do Executivo socialista. “A habitação em Portugal é uma das mais caras do mundo tendo em conta os salários. O Governo anuncia muitas coisas que não baixam os preços das casas. Mantém uma série de benefícios fiscais aos fundos imobiliários, a quem não mora em Portugal, a quem faz dos imóveis um bem de especulação financeira.”

“Enquanto não houver medidas claras para baixar os preços das casas, não haverá solução para o nosso país. O Governo diz que vai construir casas que nunca consegue construir porque é cada vez mais caro construir. Precisamos de casas que as pessoas possam pagar”, defendeu a ainda coordenadora do Bloco de Esquerda.

“As pessoas precisam de respostas para os problemas concretos. Este pacote não responde a alguma coisa, não haveria esta mobilização”, atestou Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, antes de pressionar Marcelo Rebelo de Sousa a intervir: “Se o Presidente já entendia que aquilo era uma lei-cartaz, agora não é muito mais do que isso”.

Também em Lisboa, Rui Tavares acusou o Governo e autarcas como Fernando Medina e Carlos Moedas de andarem a “dormir”. “As pessoas chegaram finalmente a um ponto de ebulição. É impossível a um jovem comprar casa, o banco não empresta. É muito difícil arrendar casa. E o Governo finalmente reconheceu que há um problema, mas vai fazer várias coisas e nenhuma delas com a escala devida”, lamentou o deputado do Livre.

“Não faz existir tanto património do Estado que não está a ser disponibilizado para o arrendamento acessível”, diria também Inês Sousa Real, do PAN. “O Governo tem de ir mais longe. Estas políticas de pensos rápidos mais parece que andam a brincar às casinhas.”

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