As greves na CP levaram à supressão de 193 comboios até às 19h00, entre os 1.087 programados, adiantou hoje à Lusa fonte oficial da empresa.

Neste período, realizaram-se assim 894 comboios, enquanto 17,8% do total programado foram suprimidos.

Segundo o último ponto de situação, enviado à Lusa, estavam programados 518 comboios urbanos de Lisboa, tendo-se realizado 438. Já no caso dos urbanos do Porto, foram suprimidos 25 dos 217 programados.

Estava igualmente prevista, neste período, a circulação de 28 comboios urbanos de Coimbra, tendo-se efetuado 24.

A CP tinha programada a circulação de 259 regionais, mas 73 (28,2%) foram suprimidos.

Por sua vez, o número de supressões entre os comboios de longo curso ascendeu a 11 (16,9%), entre os 65 previstos, tendo sido assim efetuados 54.

O Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ) convocou uma greve na CP, durante todo o mês de abril, face à “atitude autista e de desconsideração” de que acusa a empresa.

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Greves na ferrovia começam esta terça-feira e duram até final de abril

Entre as reivindicações dos trabalhadores estão “aumentos salariais efetivos” e a “valorização da carreira da tração” e a melhoria das condições de trabalho nas cabines de condução e instalações sociais e das condições de segurança nas linhas e parques de resguardo do material motor.

Ainda reclamada é uma “humanização das escalas de serviço, horas de refeição enquadradas e redução dos repousos fora da sede”, um “efetivo protocolo de acompanhamento psicológico aos maquinistas em caso de colhida de pessoas na via e acidentes” e o “reconhecimento e valorização das exigências profissionais e de formação dos maquinistas pelo novo quadro legislativo”.

Esta paralisação, que não tem qualquer dia de paragem total, ainda assim está a causar perturbações, incidindo sobre períodos de trabalho superiores a 07h30 ou trabalho suplementar.

Por outro lado, vários sindicatos deram início em 28 de março a novas greves no setor ferroviário, que abrangem a Infraestruturas de Portugal (IP) e a CP até ao final do mês, incluindo um dia de 24 horas, na próxima quinta-feira.

Segundo um comunicado de uma plataforma de sindicatos, com representatividade na CP e na IP, entre o passado dia 28 de março e terça-feira haverá greve na IP das 00h00 às 02h00 e até 30 de abril os sindicatos cumprem greve na IP e na CP a partir da oitava hora de serviço.

Além disso, até final do mês, “na CP, os trabalhadores cujo seu período normal de trabalho abranja mais de três horas durante o período compreendido entre as 00h00 e as 05h00, entrarão em greve a partir da sétima hora de serviço” e, entre 10 e 30 de abril, na IP, “os trabalhadores cujo seu período normal de trabalho abranja mais de três horas durante o período compreendido entre as 00h00 e as 05h00, entrarão em greve a partir da sétima hora de serviço”.

No dia 06 de abril, a greve será de 24 horas.

Os sindicatos que compõem esta plataforma são a ASCEF – Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária; SINFB – Sindicato Nacional dos Ferroviários Braçais e Afins; SINFA – Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários, das Infraestruturas e Afins; FENTECOP – Sindicato Nacional dos Transportes Comunicações e Obras Publicas; SIOFA – Sindicato Independente dos Operários Ferroviários e afins; ASSIFECO – Associação Sindical Independente dos Ferroviários de Carreira Comercial e STF – Serviços Técnicos Ferroviários.

Segundo os sindicatos, “no dia 6 de abril, caso não sejam decretados serviços mínimos, não se prevê a realização de comboios em Portugal”.

Atualizada às 21h30