A Unidade de Integridade do Atletismo (AIU) denunciou esta terça-feira, através do seu presidente, o doping em grande escala no Quénia, recentemente confrontado com vários casos que “sublinham a implicação de pessoas possuidoras de experiência médica”.

“Parece evidente que o doping no Quénia está cada vez mais bem organizado e esses casos sublinham a implicação de pessoas possuidoras de experiência médica”, lamentou David Howman, presidente da AIU.

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Em comunicado, o responsável assumiu o risco desta prática para o atletismo, disponibilizando-se para a combater. “É uma ameaça séria contra o nosso desporto. A AIU está mandatada para trabalhar com o governo queniano, a federação de atletismo e a agência antidopagem do país para combater esta crise. Faremos tudo o que for possível para identificar a fonte desta dopagem”, prosseguiu Howman.

A comunicação segue-se à recente suspensão por oito anos da atleta Eglay Nalyanya, conhecida semanas depois do caso de Betty Wilson Lempus, que foi suspensa por cinco anos, por recurso a produtos dopantes.

“Um júri de três membros encontrou semelhanças nas explicações e nas prova. Nalyanya e Lempus disseram à AIU que receberam injeções intramusculares no mesmo hospital e forneceram documentos médicos falsificados”, refere o comunicado da AIU, entidade que colaborou com a ADAK, a agência queniana antidopagem.

David Howman recorda que em ambos os casos “a investigação descobriu que os médicos citados eram fictícios e que nenhum atleta recebeu injeções, mesmo estando no hospital nos dias indicados”.

“Parece que a elite dos atletas quenianos beneficia da ajuda de uma ou várias pessoas, nomeadamente de quem tenha importantes conhecimentos médicos. Não se limita a um caso”, prosseguiu Howman, citando o painel de especialistas consultado.