António Costa anunciou esta quarta-feira que afinal a Ucrânia vai integrar a candidatura à realização do Mundial 2030 da qual Portugal também faz parte. O primeiro-ministro português confirma assim que, além de Portugal, Espanha e Marrocos, a Ucrânia também vai fazer parte do conjunto de possíveis organizadores do torneio de futebol, tal como estava inicialmente previsto.

O anúncio de António Costa foi feito no Congresso da UEFA que se realiza em Lisboa. “Temos, como sabem, a ambição de em conjunto com Espanha, Marrocos e Ucrânia, de organizar o mundial de 2030. Uma candidatura única entre as duas margens do Mediterrâneo”, afirmou o chefe de governo. “Portugal é um dos países mais seguros e com mais estabilidade política do mundo”, acrescentou.

A UEFA, que inicialmente publicou uma mensagem nas redes sociais onde se referia a uma “candidatura conjunta de Portugal com Espanha e Marrocos ao Mundial”, atualizou o tweet incluindo o nome da Ucrânia. No entanto, pode-se tratar apenas de uma questão de cortesia para com um parceiro que, apesar de poder vir a não receber jogos, pode contribuir de outra forma, ainda a ser estudada, para o torneio, tal como indicavam as últimas informações sobre o tema.

Costa considera que “o futebol e o desporto em geral não são instrumentos de guerra, mas sim veículos de paz e de diálogo entre os povos”. “A história da humanidade está, aliás, carregada de bons exemplos sobre como através do desporto se pode chegar à paz, à tolerância, à compreensão do mundo. O papel da UEFA e de todos vós é insubstituível neste desejo comum de procurar o caminho que nos conduzirá à única vitória possível, a vitória da paz”, evidenciou.

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Sai Ucrânia, entra Marrocos: candidatura de Portugal e Espanha ao Mundial-2030 está próxima de mudar de parceiro

Em outubro do ano passado foi anunciado que a candidatura ibérica ia integrar também a Ucrânia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, agradeceu a Portugal e Espanha com uma mensagem no Twitter. “A Ucrânia vai resistir, prevalecer e ser reconstruída graças à solidariedade dos seus parceiros. Grato a Espanha e Portugal “, escreveu.

Já o Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa, também se mostrou satisfeito com a decisão. “Por um lado, reforça a solidariedade em relação à Ucrânia e ao povo ucraniano. Em segundo, reforça a candidatura portuguesa e espanhola num momento em que se esboçam outras candidaturas e isso também foi tido em linha de conta”, comentou.

Em março, tinha sido anunciado que devido à permanência dos ataques russos à Ucrânia, Marrocos ia substituir o país em guerra no projeto. Sem certezas relativas ao fim da guerra, não existem garantias quanto à possibilidade de intervenções estruturais. Existe ainda a agravante de que o presidente da Federação da Ucrânia, Andrii Pavelko, foi suspenso do cargo durante dois anos. A inclusão de Marrocos, além da proximidade geográfica com os restantes países, tornava a candidatura intercontinental, o que igualava o argumento dos adversários, Arábia Saudita, Egipto e Grécia, um projeto que contempla três continentes.

António Costa anunciou também que “numa altura de grande brilhantismo da seleção nacional feminina de futebol, que daqui aproveito para felicitar mais uma vez, por pela primeira vez se ter qualificado para uma fase final do Mundial, somos novamente candidatos à organização em 2025 da final da Liga de Campeões feminina, uma competição que já no passado acolhemos com sucesso”. O Estádio José de Alvalade está indicado para a realização do jogo decisivo da mais importante competição de clubes. Em 2014, Portugal recebe a final da Liga dos Campeões feminina entre Tyresö e o Wolfsburgo no Estádio do Restelo.