O padre Jorge Casimiro Congo, paladino da independência do enclave angolano de Cabinda, morreu esta quinta-feira de madrugada no Hospital Geral daquela provícia, vítima de doença, anunciaram vários órgãos de informação em Angola.

Jorge Casimiro Congo, de 71 anos, nasceu em Lândana, município de Kakongo, na província de Cabinda, e foi um dos ativistas mais proeminentes da separação de Cabinda de Angola, tendo por essa razão sido detido em várias ocasiões pelas autoridades.

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O seu combate contra o que caracterizava, primeiro como colonização portuguesa e depois angolana, levaram-no a aderir ainda jovem à Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC).

Formado em Teologia e Línguas Antigas na Universidade Urbaniana de Roma, Jorge Casimiro Congo, foi pároco na igreja Imaculada Conceição, em Cabinda, onde alimentava com os seus sermões o independentismo Cabinda.

Na companhia de outros padres cabindas, questionou e opôs-se à nomeação do bispo Filomeno Vieira Dias em substituição do bispo Paulino Madeka, o que lhe valeu ter sido afastado pelo Vaticano da Igreja Católica.

A sua reação foi aderir à igreja Católica das Américas, acabando por ser nomeado bispo desta confissão religiosa, título que manteve até ao fim.

Antigo secretário da Educação, Ciência e Tecnologia do governo provincial de Cabinda, o que lhe valeu críticas de setores independentistas, mas que justificou como uma oportunidade de combater em Cabinda, Casimiro Congo era até à data da sua morte bispo da Igreja Católica Americana em Angola.

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Foi professor de Português e Metodologias na Universidade Lusíada.

Em 2003, participou na constituição da Associação Cívica de Cabinda “Mpalabanda”, que seria extinta dois anos depois pela justiça angolana por alegada subversão à ordem constitucional e atentado à unidade do Estado.