A maioria dos alemães (57 por cento) está contra o fim da energia nuclear na Alemanha, algo que será realidade a partir de sábado com o encerramento definitivo das três últimas centrais ainda em funcionamento.

Segundo a sondagem, realizada pela empresa Infratest Dimao para a televisão pública alemã ARD, do total dos inquiridos, apenas 34% considerou correta a decisão.

Atualmente, o apoio ao fim da energia nuclear é mais elevado apenas na faixa etária 18-34 anos, com 50% a favor e 39% contra, segundo a sondagem.

Nos grupos etários a partir dos 35 anos, a rejeição ao abandono da energia nuclear é predominante.

No grupo etário dos 35-49 anos, 27% dos inquiridos considera a decisão correta, contra 67% que diz ser errada, enquanto na faixa dos 50-64 anos, esta proporção é de 32% contra 63% e na da superior a 65 anos, é de 30% contra 64%.

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Estes resultados da nova sondagem contrastam com os apresentados há 12 anos, quando, em junho de 2011, cerca de três meses após o desastre de Fukushima (Japão), 54% dos inquiridos disse “sim” à eliminação progressiva da energia nuclear, contra os 43% que pensava o contrário.

Por partidos, e após seis décadas de energia nuclear na Alemanha, apenas os eleitores de Os Verdes (82%) e do Partido Social Democrata (SPD, 56%) são a favor do fim da energia nuclear.

A grande maioria dos militantes da União Cristã Democrática (CDU, conservadora), da União Social Cristã (CSU, da Baviera) (83%) e da Alternativa de para a Alemanha (AfD, extrema-direita) opõe-se ao fim da energia nuclear.

Os tradicionais votantes nos liberais do FDP são também esmagadoramente contra o abandono da energia nuclear (65%).

Por outro lado, a maioria dos inquiridos receia que a mudança para uma energia mais amiga do clima conduza a um novo aumento dos preços da energia.

Assim, dois em cada três inquiridos, em todos os grupos etários e grupos demográficos, estão ou muito preocupados (26%) ou preocupados (40%) e apenas pouco mais de um terço estão ou pouco preocupados (25%) ou nada preocupados (7%).