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Cavalos, luvas brancas e confidencialidade: a "funerária das estrelas" (e de "Succession")

Este artigo tem mais de 6 meses

O que têm em comum Jackie Kennedy Onassis, John Lennon ou (alerta spoiler) o patriarca da série "Succession"? A Frank E. Campbell, a funerária de Manhattan que trata da despedida da elite.

Uma carruagem com caixão à porta da Frank E. Campbell Funeral Chapel antes de uma procissão fúnebre
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Uma carruagem com caixão à porta da Frank E. Campbell Funeral Chapel antes de uma procissão fúnebre

@dignitymemorial.com

Uma carruagem com caixão à porta da Frank E. Campbell Funeral Chapel antes de uma procissão fúnebre

@dignitymemorial.com

A Frank E. Campbell Funeral Chapel é uma funerária com morada em Manhattan e a escolha da elite quando se trata de fazer uma despedida aos seus entes queridos. Fundada por Frank E. Campbell, foi revolucionária no início, há mais de 120 anos, e mantém-se uma referência hoje. À lista de clientes famosos junta-se agora uma poderosa personagem de ficção e aproveitamos a deixa para revisitar a história desta empresa (se ainda não viu o terceiro episódio da última temporada de “Succession”, cuidado com os spoilers que se seguem).

O mais recente cliente é Logan Roy, imperador dos media e personagem central da série “Succession”. Morreu no terceiro episódio da quarta e última temporada e, enquanto os fãs se recompõem da perda, os produtores recrutaram a própria Frank E. Campbell Funeral Chapel para interpretar o papel de agência funerária. O corpo de Roy terá passado do seu avião privado na ficção para a exclusiva agência funerária que trata, na realidade, das cerimónias de despedida de figuras famosas de variadas áreas, como veremos.

O próprio Frank E. Campbell terá conduzido cerca de 50 mil funerais. A empresa junta um serviço luvas brancas com luxo e confidencialidade e a fórmula tem-se revelado um sucesso. Há mais de 120 anos a funcionar e com uma lista de clientes que rivaliza com muitos outros serviços de exceção. O New York Times chama-lhe “o agente funerário das estrelas” e não é um exagero.

Grandes damas da sociedade que fazem de qualquer evento um acontecimento e, por isso, o seu funeral não podia deixar de ser o melhor possível: Gloria Vanderbilt, Ivana Trump e Joan Rivers. E ainda as irmãs Jackie Kennedy Onassis e Lee Radziwill e também Robert F. Kennedy, todos eles membros da chamada realeza norte-americana. No que toca a clientes do universo do cinema, o casting desta funerária inclui nomes como Montgomery Cliff, Joan Crawford, Greta Garbo, Judy Garland, Rex Harrison, Rita Hayworth, Philip Seymour Hoffman, Mae West, Tennessee Williams, Lauren Bacall e Heath Ledger. Não faltam também nomes da área das artes, como George Ballanchine, Jean-Michel Basquiat ou L’Wren Scott, e da música, como The Notorius B.I.G., John Lennon, Celia Cruz, Enrico Caruso. E não esqueçamos algumas figuras notáveis dos negócios, como Leona Helmsley, Elizabeth Arden ou Toots Shor. “Algumas pessoas gostam de ver ‘Frank Campbell’ no certificado de óbito”, explica Dominic Carella, um antigo vice-presidente da casa funerária citado pelo site Air Mail. “Dá-lhes classe.”

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Dúvidas ainda restem de que se trata de uma funerária de elite, analisemos a sua localização. Quando a empresa abriu a sua primeira localização foi no número 23 da rua West. Atualmente, a Frank E. Campbell Funeral Chapel tem morada em Nova Iorque, mais precisamente em Manhattan, no número 1076 de Madison Avenue. Trata-se do exclusivo Upper East Side, com o Central Park ao virar da esquina, a uma rua de distância do Museu Metropolitan, a cinco quarteirões do hotel Carlyle e a nove do Museu Guggenheim. O interior lembra o de um hotel de luxo. A funerária trata de pequenas cerimónias e de grandes eventos, com uma variedade de serviços que vai do catering, ao à produção de um vídeo do funeral, passando por música ao vivo e tudo que for necessário para conforto e satisfação dos clientes que estão a passar por uma perda e em diferentes culturas.

Imagens do interior da Frank E. Campbell Funeral Chapel, em Avenida Madison, em Nova Iorque

@dignitymemorial.com

Frank Campbell nasceu a 4 de julho de 1872 no estado do Illinois e aos 12 anos teve o seu primeiro trabalho no negócio dos funerais, a fazer caixões. Mudou-se para Nova Iorque em 1982 e no ano seguinte já estava a trabalhar numa empresa desta área, a Stephen Merritt Undertaking and Cremation Company. Em 1898 casou-se com Amelia Klutz e começou a e fundou a sua própria funerária que, inicialmente se chamava Frank E. Campbell Burial and Cremation Company, hoje é conhecida como Frank E. Campbell Funeral Chapel e pertence à Service Corporation International, empresa que se dedica a vários assuntos relacionados com o universo dos funerais.

Além de empreendedor, Campbell também foi revolucionário, e trouxe algumas inovações para o negócio, como por exemplo o uso de uma capela funerária, porque achava esta solução melhor do que fazer os velórios em casa da pessoa que morreu, como se fazia até então. Publicidade foi outra novidade, bem como o uso de carros em vez de carruagens para transportar as urnas. A seu tempo, as famílias conhecidas que contratam serviços de exceção começaram a recorrer também a esta funerária. “Para criar um serviço sublimemente bonito, numa atmosfera de harmonia tão completa que alivia a dor da despedida, é prestar um serviço à humanidade”, terá dito Frank E. Campbell, citado no New York Times.

Frank Campbell morreu em janeiro de 1934, com problemas no coração e, curiosamente, não deixou planos para o seu funeral e morada final. Terá comprado uma sala num mausoléu privado em Nova Jersey onde colocou os restos mortais da mãe. Mas os caixões em bronze fundido de ambos eram demasiado grandes para as criptas e ficaram na sala do mausoléu. Foi um antigo presidente da Frank E. Campbell Funeral Chapel, Gene R. Schultz, que, desolado, com o estado do mausoléu decidiu procurar um descendente do fundador que autorizasse uma nova última morada. Campbell e a mulher tiveram um único filho, Frank Jr., e foi a filha deste que autorizou os planos de Shultz depois de uma busca que durou 10 anos. Em outubro de 2001 Campbell teve um novo enterro e ficou n o cemitério Woodlawn, no Bronx, segundo conta o New York Times.

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