A China está determinada em reforçar a cooperação com o exército russo, afirmou esta terça-feira o ministro da Defesa chinês, Li Shangfu, em visita a Moscovo.

Li prometeu “promover a cooperação militar e técnica, bem como o comércio militar entre a Rússia e a China”, de acordo com as agências russas.

A visita do ministro chinês surge no meio de receios no Ocidente de que Pequim esteja a entregar armas à Rússia para alimentar o esforço de guerra na Ucrânia, segundo a agência francesa AFP.

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm decretado sanções económicas para tentar diminuir a capacidade russa para financiar a guerra contra a Ucrânia, o que levou Moscovo a virar-se para outros mercados, incluindo a China.

Li disse que a visita a Moscovo visa “demonstrar ao mundo exterior a firme determinação em reforçar a cooperação estratégica entre as forças armadas chinesas e russas”.

O ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, que recebeu hoje o homólogo chinês, apelou para o desenvolvimento das relações militares, “oferecendo um ao outro um forte apoio, inclusive em questões de segurança nacional”.

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“É importante que os nossos países partilhem a mesma avaliação do significado da transformação em curso da paisagem geopolítica global”, disse Shoigu, citado pela AFP.

Esta é a primeira visita de Li Shangfu ao estrangeiro desde que foi nomeado ministro da Defesa, em 12 de março.

Li disse no domingo, durante um encontro com o Presidente russo, Vladimir Putin, que escolheu a Rússia para “enfatizar a natureza especial e a importância estratégica” das relações entre os dois países. “Temos laços muito fortes, que vão além das alianças político-militares da era da Guerra Fria”, disse Li a Putin.

O Ocidente tem advertido repetidamente a China contra o fornecimento de armas à Rússia para a guerra que trava contra a Ucrânia desde 24 de fevereiro de 2022. Pequim nega ter qualquer intenção de fornecer armas ao parceiro russo.

A viagem de Li à Rússia, que deverá durar até quarta-feira, segue-se à visita do Presidente chinês, Xi Jinping, a Moscovo, em março.

Nessa cimeira, Putin e Xi demonstraram bom entendimento, fazendo-se passar por aliados estratégicos determinados a resistir à hegemonia dos Estados Unidos, segundo a AFP. Desde o início do conflito na Ucrânia, a China declarou-se oficialmente neutra, sem nunca condenar a invasão russa.

Xi nunca falou com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

A China divulgou recentemente uma posição de 12 pontos sobre o conflito ucraniano, na qual apela formalmente ao respeito pela soberania de todos os países, incluindo a Ucrânia, mas abstém-se de qualquer crítica a Moscovo.

Antes da invasão russa da Ucrânia, Putin visitou a China e divulgou uma declaração conjunta com Xi sobre a criação de uma nova ordem mundial.