O secretário-geral adjunto do PS, João Torres, afirmou que os socialistas partilham as preocupações de outras forças políticas quanto à data das eleições europeias de 2024, mas realçou que a decisão não depende só de Portugal.

João Torres falava à agência Lusa a propósito da posição transmitida pelo presidente do PSD, Luís Montenegro, no Palácio de Belém, em Lisboa, no fim de um encontro com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Luís Montenegro defendeu que, se não se conseguir evitar que as eleições para o Parlamento Europeu de 2024 sejam marcadas para 9 de junho, então deve poder haver uma data alternativa para o sufrágio em Portugal, onde esse dia é véspera de feriado.

“Sobre o tema da fixação da data da realização das eleições europeias, o PS acompanha o sentido de preocupação, mas gostaria de salientar que a fixação de uma outra data não depende exclusivamente do nosso país“, declarou João Torres.

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“O tema da taxa de participação nas eleições europeias é uma preocupação muito transversal e também é uma preocupação do PS”, acrescentou.

O dirigente socialista disse que “o Governo tem mobilizado esforços no sentido de se encontrar um momento, uma data de calendário que possa melhor mobilizar as pessoas para o voto”.

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João Torres referiu, no entanto, que “o que determina a realização de eleições europeias, segundo as regras da própria União, é que deve tratar-se de um período de quatro dias consecutivos começando numa quinta-feira de manhã e culminando num domingo” e que a data “por norma está ligada à realização das primeiras eleições para o Parlamento Europeu”.

Segundo o secretário-geral adjunto do PS, “para haver uma alternação é obrigatória a existência de unanimidade”.

O Governo está a procurar mobilizar esforços, sendo que aquilo que as regras europeias determinam é que exista uma unanimidade para a fixação dos quatro dias consecutivos para a realização das eleições europeias”, reforçou o número dois da direção nacional do PS, ex-secretário de Estado.

Luís Montenegro reiterou que o PSD se opõe à marcação das eleições europeias do próximo ano para a véspera do feriado de 10 de junho. “Se forem a 9 de junho, vamos apresentar uma via verde para uma abstenção histórica”, considerou.

O presidente do PSD defendeu que o Governo português deve procurar uma de duas opções: “Ou que a eleição seja marcada para outro dia – 26 de maio, 2 de junho ou até 16 de junho – ou que se abra a possibilidade de haver nas eleições europeias uma data alternativa, isto é, que possa ocorrer em dois dias diferentes no espaço dos Estados-membros da União Europeia”.