Um golo de Pedro Gonçalves, um golo de Arthur, pelo meio um golo de Coates anulado pelo VAR por fora de jogo. Após três jogos sem vitórias (quartos da Liga Europa com a Juventus e Arouca), o Sporting voltou a somar os três pontos num encontro do Campeonato. Só por isso, até pelo “peso” dessa saída inglória das provas europeias, o triunfo seria o mais importante na deslocação a Guimarães. No entanto, até mesmo na vitória houve alguns reflexos do espelho do que está a ser a temporada: esta foi apenas a segunda vez que os leões conseguiram vencer como visitantes por mais do que um golo, depois do 2-0 no Estoril.

Pote, a solução do costume para o problema de sempre (a crónica do V. Guimarães-Sporting)

Naquele que costuma ser um encontro tradicionalmente complicado, o Sporting somou a sexta vitória seguida frente aos minhotos (que atravessam a pior fase da temporada), naquela que é a melhor sequência dos últimos 17 anos, e muito por “culpa” do suspeito do costume, Pedro Gonçalves, que continua a fazer do Dom Afonso Henriques um terreno pródigo para marcar aquele que foi agora o 20.º golo da temporada, uma marca que já alcançara antes em 2020/21. No final da partida, Rúben Amorim, que esteve fora do banco por castigo, falou de uma vitória justa mas deixou algumas “farpas” sem destinatário no seu discurso.

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“A vitória esteve segura mas a velocidade da primeira parte deu essa ideia porque somos mais fortes, mais rápidos e mais ágeis. A nossa velocidade na primeira parte foi bastante lenta. A segunda parte foi diferente, acertámos mais e tivemos mais jogadores a fazer roturas. O golo ajudou. Agora, temos muito a melhorar e temos de ter outra velocidade nos jogos, é nossa obrigação. Quando metemos mais velocidade controlámos melhor. Fizemos um jogo muito seguro. Sabemos do momento dos jogadores”, comentou o técnico verde e branco já na conferência de imprensa, antes de abordar também como é acompanhar o jogo a partir de um camarote: “Foi relembrar um bocadinho a primeira época… Conseguimos perceber porque os treinadores da Premier ficavam na bancada. Ficamos mais ansiosos porque não conseguimos comunicar e porque vemos muito espaço. Vivi com mais stress, mas eu também sou stressado, todos os treinadores são…”.

“Os jogadores sentem [o momento]. Não há como fugir a isso, nem é fingir de que isso não se passa. O que eu lhes tento transmitir é que toda a gente está à espera de um Sporting a cair, sem controlo de jogo, sem intensidade e a perder jogos. Esta época vai acabar, tudo o que fizerem esta época vai contar para a próxima. Relembrar que eles são privilegiados. Sei do peso que eles têm em cima deles. Quando se ganham jogos, mesmo não tendo objetivos, a verdade é que vamos para baixo [Lisboa] com um sentimento melhor. Não sofremos golos, que era um objetivo para hoje. Eu sei que é difícil motivar os jogadores mas temos muita coisa a ganhar a jogarmos bem e a sermos a equipa que somos”, destacou Rúben Amorim, sem explicar no discurso quem é a “toda a gente” à espera do insucesso dos leões nesta fase final da temporada.

“Que tipo de futebol prefiro? Eu quero sempre ganhar. Não me vão ouvir dizer que prefiro um bom espetáculo e depois não ganho. Eu não acredito nisso. Olho para os outros e comparando com outros jogos tivemos mais oportunidades do que noutros jogos. Não quero ser mais frio ou pragmático, quero que a equipa jogue bem e que seja mais rápida do que foi hoje”, concluiu o treinador verde e branco.