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Pote, a solução do costume para o problema de sempre (a crónica do V. Guimarães-Sporting)

Este artigo tem mais de 1 ano

Primeira parte equilibrada, segundo tempo de sentido único, 90 minutos para fazer uma reflexão: Pedro Gonçalves voltou a desequilibrar, decidiu e com o que tem de bom mostrou o que está mal (0-2).

Pedro Gonçalves voltou a jogar no ataque e voltou a marcar o primeiro golo da vitória do Sporting que ficou fechada nos descontos por Arthur
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Pedro Gonçalves voltou a jogar no ataque e voltou a marcar o primeiro golo da vitória do Sporting que ficou fechada nos descontos por Arthur

Gonçalo Delgado

Pedro Gonçalves voltou a jogar no ataque e voltou a marcar o primeiro golo da vitória do Sporting que ficou fechada nos descontos por Arthur

Gonçalo Delgado

Uma vitória nos últimos cinco jogos, três triunfos nas derradeiras nove partidas, uma constante queda de objetivos de semana a semana até haver uma mão cheia de nada e uma cabeça a sonhar só com o impossível. O trajeto do Sporting iria sempre culminar numa época má mas a eliminação do Arsenal deu ainda aquela esperança de que a caminhada na Liga Europa poderia acertar o passo na perceção global da campanha. Com o empate na receção à Juventus, mais um onde os leões fizeram o mais complicado mas falharam o mais fácil por uma razão que é fácil de perceber (ter um avançado que materialize o caudal ofensivo que a equipa cria), também isso se diluiu. Ficou a tal mão cheia de nada para quem também não pode resumir tudo à péssima planificação no início da época. E ficou um calendário com seis partidas que só muito dificilmente poderiam ainda recolocar o conjunto verde e branco na luta pela Champions. Ou seja, seis rondas de quase nada.

V. Guimarães-Sporting. Celton Biai defende remate de Diomande (0-0, 5′)

“O meu futuro é muito claro. O que disse é que quem me quiser levar vai ter de pagar. Desde que estamos aqui… O primeiro ano foi bom, fomos campeões, o segundo foi escasso. Se agora ficarmos fora dos três primeiros e vir isso como banal, perdemos a coerência. O futebol tem uma ideia e depois há os resultados e nós temos de reagir consoante os resultados. A ideia não mudou. O que disse é que o Sporting está a caminhar para uma época onde nem atinge os objetivos mínimos. Ainda não sabemos ao certo mas não ganhámos nenhum título. Uma equipa grande como nós não pode chegar ao fim do campeonato e não estar nos três primeiros e nós não podemos pensar nisso como se nada fosse. Sei da margem que vamos ter na próxima época e isso tem tudo de ser debatido sem dramas. O que quero dizer é que no final da época temos de nos sentar todos e perceber o que falhou. Isso não muda nada, não muda se o treinador quer ou não ficar. Temos de assumir as responsabilidades e eu sou a cara do projeto desportivo, até me sentiria envergonhado se não tivesse essa conversa com a direção. Balneário? Está bem, muito desiludido mas temos jogado muito bem. É só isso que temos de fazer, estejamos em quarto ou em primeiro”, assumia Rúben Amorim.

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E como um mal nunca vem só, o jogo em Guimarães que já seria complicado pelo Vitória e pelo ambiente no Dom Afonso Henriques e que mais complicado se tornaria pelo castigo do técnico principal tinha também o condão de procurar uma resposta positiva depois de uma das maiores frustrações da temporada. “Se passássemos a eliminatória, disse que nos poderíamos focar na Liga Europa. A classificação não está fechada, temos de acelerar a fundo para ver o que acontece no fim. Tudo ou nada? Isso para nós já foi com o Desp. Chaves em casa, já tínhamos cinco pontos de atraso… Isso não vai entrar na cabeça dos jogadores. Nesta fase não tem a ver com o acreditar, tem a ver com o viver o dia a dia e focar no que temos de fazer. Não vale a pena olhar para os outros resultados. Os rivais não perdem pontos e não estamos a conseguir fazer o mesmo. Não acaba aqui, há uma próxima época, toda a gente se quer valorizar e nesse aspeto os jogadores estiveram muito bem. O ganhar em si deve ser motivação suficiente”, destacara.

“Já provámos que dar passos atrás nem sempre é uma coisa certa. As épocas desportivas às vezes mudam muito, os primeiros jogos têm muito impacto. Fomos duas vezes à Champions e vendemos muito, perdemos muitos titulares. Já vendemos o Porro este ano por 45 milhões, entra neste exercício. Se formos à Liga Europa, são dez milhões. Temos de fazer uma avaliação. Às vezes manda-se as coisas para o ar e não se faz uma avaliação clara da situação. É o que vamos discutir no final da época. Expulsão? Só vejo o facto de sair muito da minha área e posso ser expulso por isso. Acho um exagero. Se os treinadores forem expulsos por aquelas palavras estamos todos expulsos… Tenho de pensar no bem-estar dos jogadores e nesta fase teria de estar no banco. Temos o jogo bem preparado e vamos estar prontos”, acrescentara o técnico leonino.

Era neste contexto que o Sporting fechava a 29.ª jornada em Guimarães, sabendo de forma antecipada que Sp. Braga e FC Porto tinham cumprido nos seus compromissos e que um qualquer resultado que não fosse a vitória seria o fim definitivo da réstia de esperança por uma subida ao terceiro lugar. Em paralelo, e de novo sem Paulinho, era mais um encontro para colocar à prova a capacidade que os leões têm sem contar com um avançado além de Chermiti, naquele que promete ser um dos pontos de conversa até ao final da temporada. O jovem jogador melhorou no segundo tempo mas voltou a mostrar que, nesta fase, não é resposta para os problemas do Sporting. A solução, essa, veio do suspeito do costume, Pedro Gonçalves, que mais uma vez faz uma época a chegar aos 20 golos. A segunda parte justificou por completo o regresso aos triunfos dos leões em Guimarães mas a falta de um verdadeiro avançado voltou a fazer sentir-se até haver de novo o desbloqueio de Pote. Em vantagem, ter um ataque mais móvel até faz muitas vezes sentido; quando os jogos estão bloqueados, quando é necessário mais presença na área, o principal erro da temporada fica à vista.

Ficha de jogo

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V. Guimarães-Sporting, 0-2

29.ª jornada da Primeira Liga

Estádio Dom Afonso Henriques, em Guimarães

Árbitro: Luís Godinho (AF Évora)

V. Guimarães: Celton Biai; Tounkara, Ibrahima Bamba, Mikel Villanueva; Miguel Maga, Janvier (Handel, 65′), André André (Dani Silva, 46′), Afonso Freitas (Zé Carlos, 71′); Johnston, Lameiras (Nelson da Luz, 65′) e André Silva (Anderson, 76′)

Suplentes não utilizados: Rafa, Safira, Jota e Manu

Treinador: Moreno

Sporting: Adán; Diomande, Coates, Matheus Reis (Gonçalo Inácio, 79′); Ricardo Esgaio, Ugarte, Morita, Nuno Santos; Marcus Edwards (Rochinha, 90+2′), Pedro Gonçalves (Arthur, 79′) e Chermiti (Francisco Trincão, 72′)

Suplentes não utilizados: Franco Israel, Luís Neto, Fatawu, Bellerín e Dário Essugo

Treinador: Rúben Amorim

Golos: Pedro Gonçalves (47′) e Arthur (90+3′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Miguel Maga (4′)

A partida começou com uma versão “controladora” dos leões, sem problemas em demorar a trocar a bola na sua linha de três até Morita ou Ugarte conseguirem descer para iniciarem a primeira zona de construção ou Nuno Santos ou Esgaio subirem para haver exploração da profundidade nas costas dos laterais contrários. Tendo pela frente um V. Guimarães que era um espelho tático no 3x4x3 leonino com dinâmicas diferentes mas marcações bem definidas a meio-campo, os minutos passavam sem grandes oportunidades entre alguns remates tentados por André Silva (ao lado após ganhar uma segunda bola, 3′), Diamonde (na sequência de um livre lateral com remate fraco para defesa de Celton Biai, 5′) e Morita (de meia distância por cima, 12′). Só mesmo através de lances 1×1 ou iniciativas individuais havia desbloqueios num jogo demasiado “preso”.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do V. Guimarães-Sporting em vídeo]

Ao longo de alguns minutos que entusiasmaram os vimaranenses no estádio, a equipa da casa conseguiu por momentos instalar-se no meio-campo leonino com bolas paradas e iniciativas de Afonso Freitas e Lameiras que não resultaram em remate mas os lisboetas voltariam a assumir o comando das operações com um bom remate cruzado na área de Ricardo Esgaio descaído sobre a direita que Villanueva conseguiu cortar para canto (23′). As ideias estavam lá, com Marcus Edwards de quando em vez a viajar até ao corredor central para descobrir o espaço entre linhas que permitia criar desequilíbrios, mas o V. Guimarães controlava sem grandes problemas esse jogo refém de um avançado que nunca foi o apagado Chermiti. Moreno percebia essa movimentação que terminava sempre com passe para Pedro Gonçalves e pedia atenção aos seus médios para esse jogo nas costas que era a única forma de chegar com perigo dos leões até essa fase.

Só mesmo no primeiro minuto de descontos da metade inicial houve real emoção junto de um encontro sem balizas, com Johnston a fazer o que quis de Nuno Santos na direita do ataque e a cruzar rasteiro para André Silva desviar ao segundo poste na pequena área mas o golo acabou por ser anulado por um fora de jogo de apenas sete centímetros. Ficava apenas o sinal de perigo dos minhotos, que quando carregaram pelos dois corredores laterais foram ganhando superioridade sem que isso valesse depois oportunidades para desfazer um nulo quase natural perante 45 minutos que tiveram apenas um remate enquadrado sem perigo.

No primeiro tempo foram 45 minutos para um remate sem perigo, na segunda metade foram menos de dois para um golo: quando se tentava ainda perceber a ideia de Moreno com a troca de André André por Dani Silva a meio-campo, Matheus Reis ganhou uma segunda bola, passou a Pedro Gonçalves e o internacional português, a rodar de imediato, fez um daqueles passes à baliza ainda a desviar num defesa contrário que deixou Celton Biai a tentar sem sucesso defender com os olhos (47′). A vantagem deu outra confiança ao conjunto leonino, que começou a trabalhar de outra forma no plano coletivo com Chermiti na profundidade e em apoios frontais, tendo um remate que saiu fraco num bom movimento para defesa de Celton Biai (54′). Já o V. Guimarães tentava reencontrar-se mas perdera a boa organização sem bola dos 45 minutos iniciais.

Moreno voltava a mexer com aquilo que estava a ser o jogo perante um Sporting cada vez mais confortável na partida mas a “adiar” o segundo golo que fecharia por completo as contas, lançando Handel para ter alguém mais posicional e com outro critério no meio-campo e Nelson da Luz para ser um “espalha brasas” na frente. Foi isso que aconteceu pouco depois de ter entrado, com um lance que terminou com Coates a cortar no chão, a ver a bola bater depois no braço de apoio mas Luís Godinho a mandar seguir perante os protestos da equipa da casa (64′). Já Amorim apostava na mobilidade com a saída de Chermiti para a entrada de Francisco Trincão, tentando quebrar uma nova fase de jogo sem balizas. O esquerdino entrou com a corda toda, viu Celton Biai negar um golo num remate em posição central (78′), assistiu Coates para um golo que seria anulado por fora de jogo (86′) e acabou a ver outro suplentes, Arthur, aproveitar um erro da defesa contrária após um pontapé longo de Adán para rematar cruzado com culpas do guarda-redes para o 2-0 (90+3′).

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