O Novo Banco teve lucros de 148,4 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, mais 4% face ao mesmo trimestre de 2022, divulgou esta sexta-feira, 28 de abril, em comunicado.

Entre janeiro e março, a margem financeira cresceu 85% para 246,3 milhões de euros, ajudada pelo “ambiente favorável” das taxas de juro com efeitos na carteira de crédito, pois esta é “maioritariamente indexada à taxa de juro variável”, explica a instituição bancária.

Já os custos operativos subiram 8% para 111,9 milhões de euros, refletindo os efeitos da inflação, refere o banco. Os gastos com pessoal subiram 4,6% para 58,3 milhões de euros.

Ainda no primeiro trimestre, o banco constituiu imparidades de 27,7 milhões de euros, das quais 26 milhões de euros para fazer face a eventuais problemas com crédito.

No final de março, o Novo Banco tinha 4.105 trabalhadores, mais 15 do que em final de dezembro passado, e 292 balcões, os mesmos que em fim de 2022.

Em 2022, o Novo Banco teve lucros e conseguirá agora libertar-se das amarras de Bruxelas.

Novo Banco fica liberto de Bruxelas. Isso significa que não há mais injeções de capital no banco?

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O Novo Banco foi criado em agosto de 2014, aquando da resolução do Banco Espírito Santo (BES), detido pelo Fundo de Resolução bancário. Em 2017, 75% foi vendido ao fundo de investimento norte-americano Lone Star, que não pagou qualquer preço, tendo injetado 1.000 milhões de euros.

Nessa venda foi acordado um mecanismo pelo qual o Fundo de Resolução recapitaliza o Novo Banco até 2026, com um limite de 3.890 milhões de euros, por perdas em ativos que afetem rácios de capital.

Ao abrigo deste acordo, o Novo Banco já recebeu 3.405 milhões de euros de dinheiro público.

Contudo, ainda seguem disputas entre o Novo Banco e o Fundo de Resolução (desde logo em tribunal arbitral) que poderão levar a que seja colocado mais dinheiro, apesar de que em referência a 2022 (ano em que teve lucros de 560,8 milhões de euros) não ter pedido nova injeção de capital.

No comunicado divulgado esta sexta-feira, o banco diz que considera que há montantes que lhe são devidos pelo Fundo de Resolução referentes a 2020 e 2021 e que está a levar a cabo “os mecanismos legais e contratuais à sua disposição no sentido de assegurar o recebimento dos mesmos”.

Lucros de mais de 2.500 milhões de euros. Cinco maiores bancos tiveram ano “fantástico”, à boleia dos juros do BCE