“Vamos aproveitar esta oportunidade não só para dar visibilidade às ‘startups’ portuguesas, mas também para atrair talento qualificado e investidores brasileiros com capacidade para na Europa, e a partir de Portugal, investirem no empreendedorismo português”, disse à Lusa António Dias Martins, à margem do evento “Web Summit Rio Delegação Portuguesa Sessão Pré-Conferência”, no consulado geral de Portugal no Rio de Janeiro, numa sessão que acolheu mais de uma centena de autoridades e ‘startups’.

Trazer para Portugal talento e investidores é um dos primordiais objetivos desta entidade sem fins lucrativos, com Estatuto de Utilidade Pública, que são “dois recursos que faltam às ‘startups’ portuguesas”, detalhou o diretor executivo.

Em relação às 25 ‘startups’ portuguesas que estão até quinta-feira na Web Summit Rio, 14 das quais apoiadas pela Startup Portugal, António Dias Martins sublinhou que foram selecionadas empresas “que já têm uma estrutura, que já têm investimentos, que já estão capacitadas para olhar para este mercado para fazer negócios”.

“Não é uma primeira exploração, é essencialmente um mercado que lhes interessa, onde elas querem estar presentes, contactar com parceiros e possíveis investidores e entidades públicas”, referiu, acrescentando que o seu papel é “abrir portas” e promover esse mesmo contacto.

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“Neste momento, apostamos na internacionalização das ‘startups’ portuguesas. Elas têm de ser criadas já a pensar nessa internacionalização”, disse.

Fazendo um paralelo entre Lisboa, que acolhe a Web Summit desde 2016, e o Rio de Janeiro, que arrancou esta segunda-feira com a sua primeira edição, António Dias Martins observou semelhanças entre as duas cidades.

“O Rio de Janeiro tem ambição de juntar ao agradável da cidade, ao lazer, à qualidade de vida que ela proporciona, boas condições para daqui se fazerem bons negócios”, começou por considerar.

“Lisboa passou por isso, e Portugal passou por isso, nos últimos seis a oito anos. Nós temos características únicas, somos procurados por todos os empreendedores e investidores do mundo como sítio para viver, para investir”, disse, referindo-se ao facto de há seis, oito anos, o investimento nas ‘startups’ em Portugal se cifrar em 30 milhões de euros, um número que passou para 1.500 milhões de euros em 2021.

O diretor executivo da Startup Portugal disse ainda ter ficado satisfeito com o facto de o presidente da Câmara do Rio de Janeiro ter dito que se queria inspirar pelo que aconteceu em Lisboa.

“Portugal transformou-se nos principais ‘hubs’ do mundo e é isso que a gente quer que aconteça também aqui no Rio”, disse Eduardo Paes, no consulado geral de Portugal no Rio de Janeiro.

Portugal vai estar representado por 25 ‘startups’, ligadas a áreas como ‘software’, educação ou inteligência artificial.

BlockBee, Blue Insight Technologies, Deeploy.me, Dizconto, Enline, Frontfiles, Go Beesiness, Hoopers, IDE Social Hub, Infinite Foundry, ITERCARE, Knok Healthcare, LEADZAI, Mentorise, Modatta e Move, assim como a My Data Manager, MyCareforce, ndBIM, Neroes, Sensei, SheerME, Swood, Vawlt Technologies e Wallstreeters serão os representantes portugueses, que no primeiro dia pretendem reunir-se com os ‘stakeholders’ (partes interessadas) locais, estando agendadas várias sessões sobre processos legais, fiscais e oportunidades de negócio.

A cofundadora do movimento Black Lives Matter, Ay? Tometi, a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, responsáveis máximos de bancos e empresas brasileiras, a presidente executiva da plataforma Onlyfans, Amrapali Gan, e o primeiro-ministro de Cabo Verde, José Ulisses Correia e Silva, vão juntar-se aos mais de 300 oradores, às cerca de 900 ‘startups’, investidores e jornalistas, de mais de 100 países, numa cimeira na qual serão discutidos temas como tecnologia, sociedade, inteligência artificial, alterações climáticas, entre outros.

Entre os vários oradores estão ainda o secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz, vários atores e apresentadores brasileiros, a ministra dos Povos Indígenas do Brasil, Sonia Guajajara, o ex-jogador da seleção portuguesa de futebol Deco, a apresentadora portuguesa Cristina Ferreira, entre outros.

O evento tecnológico, que nasceu em 2010 na Irlanda, passou a realizar-se na zona do Parque das Nações, em Lisboa, em 2016, e vai manter-se na capital portuguesa até 2028. A empresa anunciou recentemente a sua expansão para o Médio Oriente, com a Web Summit Qatar prevista para o início de 2024.