Para combater a crise climática, a maioria dos europeus aceitaria adotar determinadas medidas individuais ou implementadas pelos vários governos. Porém, os indivíduos mostram-se cada vez menos recetivos quanto mais essas regras impliquem a alteração dos seus estilos de vida.

A conclusão é de um estudo realizado pela empresa YouGov — que questionou mais de 7.000 pessoas em sete países (Reino Unido, França, Alemanha, Dinamarca, Suécia, Espanha e Itália) entre 5 e 24 de abril — que é divulgado esta terça-feira, segundo o The Guardian. Os cidadãos da maioria desses países mostraram-se razoavelmente ou muito preocupados com as alterações climáticas e os seus efeitos.

Medidas como nunca mais comprar produtos feitos de plástico de uso único ou o apoio a possíveis subsídios governamentais para tornar as casas mais eficientes em termos energéticos (apoio variou entre 86% em Espanha e 67% na Alemanha) tiveram grande aceitação por parte dos inquiridos. A hipótese que cobrir os custos pessoalmente, contudo, já não foi tão popular: de 40% em Espanha a 19% na Alemanha.

O estudo concluiu que quanto mais radicais são as medidas, menos apoio recebem dos indivíduos. Por exemplo, comprar apenas roupas em segunda mão (de apenas 17% dos inquiridos na Alemanha a 27% no Reino Unido se mostraram dispostos a implementar essa regra), deixar voluntariamente de comer carne e laticínios (10% na Alemanha e 19% em Itália) ou ter menos filhos do que o que idealizavam (9% na Alemanha e 17% em Itália) são ideias que não agradam tanto.

Um aumento obrigatório do imposto sobre os combustíveis ou uma legislação que proibisse a produção e a venda de carros a gasolina e a diesel também não são populares. Questionados sobre se estariam dispostos a mudar para um carro elétrico, somente uma média abaixo de um terço dos inquiridos respondeu afirmativamente. As respostas foram um pouco mais favoráveis quanto à possibilidade de desistirem totalmente de conduzir, favorecendo os transportes públicos, bicicletas ou caminhadas (35% dos inquiridos em França, 40% em Itália e 44% em Espanha estariam dispostos a fazer a mudança).

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