Se a Premier League está cada vez mais viva, o último Liverpool-Tottenham mostrou como a melhor liga do mundo consegue sempre ter algo para surpreender os adeptos. Os reds tiveram uma entrada fortíssima com três golos a abrir, os londrinos reduziram até chegarem ao empate no terceiro minuto de descontos, a equipa de Anfield não se ficou como qualquer equipa ficaria e foi lá à frente marcar o 4-3 final em cima da hora. Um triunfo nesta fase contra o Tottenham é quase como um sucesso diante do Chelsea, perante o momento que ambos atravessam, mas esse golo abriu a porta a um final ainda com objetivos da formação de Jürgen Klopp, que passou de quase afastado das provas europeias para uma janela pequena de oportunidade de ir à Liga dos Campeões. Depois de quatro jogos sem ganhar, seguiram-se quatro triunfos consecutivos.

190 Díaz a recuperar de lesão para um golo em cinco minutos, mas Jota é que valeu vitória fora de horas

Já com atraso, o técnico alemão tem recebido “reforços” de última hora que elevam o nível da equipa e as opções para o onze inicial. Luis Díaz, que marcou também ao Tottenham, é um exemplo. Diogo Jota, que fez o golo decisivo frente aos londrinos, é “o” exemplo. E depois de mais de um ano sem golos pelo Liverpool, o português entrava numa grande fase com cinco golos e uma assistência nas últimas quatro vitórias. “Tornámos o jogo mais difícil para nós. Depois do 3-0, precisávamos de evitar esta situação mas no final é um dia para mais tarde recordar, marcar o golo da vitória é sempre algo especial. Toda a gente sonha em marcar um golo da vitória no último minuto. Se o Liverpool está de volta? Sim, sabe muito bem e agora precisamos de continuar assim”, comentou o internacional português após o derradeiro encontro.

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Agora seguia-se o Fulham de João Palhinha e Marco Silva, com essa dúvida ainda sobre a possível utilização de Jota em Anfield. “No jogo com o West Ham ele sofreu uma pancada nas costas, uma contusão numa costela. Não conseguiu treinar mas jogou com o Tottenham, sem ser preciso injeções. Só que sofreu uma nova pancada. Talvez tenham reparado, nas celebrações sentou-se muito devagar. Não tem treinado, por isso está em dúvida, pelo menos até amanhã à noite. Mas espero que recupere até lá”, comentara Jürgen Klopp, técnico que também se lesionou no meio dos festejos após o 4-3 ficando agarrado à perna esquerda.

Como estavam então as contas do Liverpool (o Fulham ocupa uma posição estável a meio da tabela, longe dos lugares europeus e ainda mais longe dos lugares de despromoção)? Os reds partiam para esta partida a nove pontos do Newcastle e a sete do Manchester United, sabendo que não tinha margem de erro para chegar a algo mais que não fosse a Liga Europa em 2023/24 mas que estava dependente de terceiros. Ou seja, só podia cumprir a sua parte. E o primeiro capítulo foi conseguido, com a quinta vitória seguida na Premier.

Com Cédric Soares e João Palhinha de início, Diogo Jota a entrar no segundo tempo e Fábio Carvalho no banco, o encontro ficou resolvido com uma grande penalidade de Salah após uma falta muito contestada sobre Darwin Núñez (39′). O egípcio tornou-se apenas o terceiro jogador na história do Liverpool a marcar pelo menos um golo em oito encontros consecutivos em casa, contribuindo assim, mesmo numa exibição que não foi das melhores, para Anfield começar a recuperar a ideia de “fortaleza” dos reds: oito vitórias e dois empates nos últimos dez jogos, 26 golos marcados, nove consentidos e cinco partidas sem sofrer. E a luta pelo quarto lugar, ainda que complicada, continua em aberto até ao final da época.