Duas semanas depois da dramática meia-final da Taça de Inglaterra que só terminou nas grandes penalidades, Manchester United e Brighton voltavam a cruzar-se na Premier League. Os red devils visitavam esta quinta-feira o Amex Stadium e sabiam que só a vitória, uma nova vitória perante a equipa do sul de Inglaterra, permitia ultrapassar o Newcastle e regressar ao terceiro lugar da classificação.

A verdade é que, no início de maio e a cerca de um mês do fim da temporada, o Manchester United está numa posição que abre a porta a algum otimismo para o futuro: com o apuramento para a Liga dos Campeões da próxima temporada bem encaminhado, na final da Taça de Inglaterra, com a Taça da Liga já conquistada e sofrendo apenas a desilusão de ter caído nos quartos de final da Liga Europa. Pelo meio, a família Glazer está cada vez mais perto de vender o clube e encerrar uma liderança que tanto desagrada à larga maioria dos adeptos — ainda que a indefinição faça com que nem o treinador saiba de que forma será abordado o próximo mercado de transferências.

Só mesmo um March para curar as tristezas de abril (a crónica do Brighton-Manchester United)

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“Não tenho qualquer influência nesse tipo de coisas. A única coisa que sei é que o Manchester United é um dos maiores clubes do mundo, um dos maiores dois ou três no que toca à massa adepta. O clube tem de competir pelos maiores títulos do mundo — a Liga dos Campeões, a Premier League –, mas no futebol é preciso ter fundos para construir equipas, porque o nível dos jogadores é decisivo para ter sucesso. Toda a gente sabe que é necessário ter fundos para construir uma equipa e os jogadores de topo custam muito dinheiro. Eu sei o que quero, mas não depende de mim. Terei influência onde puder ter, por isso estou focado em melhorar a equipa, em desenvolver o plantel. Tenho de garantir que a equipa está a progredir”, explicou Erik ten Hag na antevisão da partida contra o Brighton.

Assim, e depois de um fim de semana em que o Manchester United venceu o Aston Villa com um golo de Bruno Fernandes, o treinador neerlandês lançava Bruno Fernandes e Diogo Dalot no onze inicial, com Martial enquanto referência ofensiva e Jadon Sancho e Eriksen a começarem ambos no banco. Do outro lado, dias depois da estrondosa goleada imposta ao Wolverhampton, Roberto De Zerbi colocava Mac Allister no apoio a Buonanotte e Welbeck, com March e Undav a serem suplentes.

O Brighton foi superior ao longo de toda a partida e esse facto pode ser comprovado através da estatística: 22 remates contra 16 do Manchester United, seis remates enquadrados contra cinco, 37 toques na área adversária contra 20, 20 ações defensivas no meio-campo adversário contra seis e 59% de posse de bola. Ainda assim, e com o nulo a perpetuar-se durante todo o jogo, a equipa de De Zerbi só foi recompensada ao nono (!) minuto de descontos.

Já bem dentro do tempo adicional, Luke Shaw intercetou um cruzamento com o braço no interior da grande área do red devils e o árbitro da partida, depois de recorrer às imagens do VAR, decidiu assinalar grande penalidade. Mac Allister bateu De Gea e garantiu a vitória do Brighton (90+9′), deixando a equipa do sul de Inglaterra a quatro pontos do Liverpool e da zona que dá acesso às competições europeias. Em sentido oposto, o Manchester United perdeu o terceiro lugar para o Newcastle e terá umas derradeiras jornadas decisivas para garantir que marca presença na Liga dos Campeões da próxima temporada.