O primeiro foi a 9 de agosto de 2017, há quase seis anos, na primeira jornada de um Campeonato que acabaria por conquistar e contra o Estoril. O mais recente foi esta quinta-feira, no Dragão, na segunda mão de uma meia-final da Taça de Portugal onde garantiu a presença no Jamor. Em resumo, Sérgio Conceição chegou aos 322 jogos como treinador do FC Porto e igualou José Maria Pedroto como técnico com mais partidas ao serviço dos dragões.

Otávio e um pontapé do meio da rua que gritou dor, amor e Jamor (a crónica do FC Porto-Famalicão)

O registo histórico serviu como pano de fundo para uma noite dramática no Dragão: o FC Porto começou a perder, conseguiu recuperar a vantagem na eliminatória, viu Iván Jaime levar tudo para prolongamento e só decidiu a meia-final já nos descontos, com golos de Otávio e Evanilson, garantindo a presença numa final da Taça de Portugal onde vai defrontar o Sp. Braga e procurar revalidar o título conquistado na época passada contra o Tondela.

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Sérgio Conceição foi expulso já nos descontos, acabando por ver cartão vermelho direto na sequência dos festejos do golo de Otávio, mas ainda assistiu à confirmação da 33.ª final da Taça de Portugal do FC Porto, a quarta nas últimas cinco temporadas. Esta será a quarta ocasião em que dragões e minhotos se encontram no Jamor, sendo que o FC Porto conquistou o troféu em 1977 e 1998 e o Sp. Braga saiu vitorioso em 2016.

Já depois do final do jogo, na zona de entrevistas rápidas, Otávio foi o representante da equipa. “Sobrou a bola e só tive de chutar. Fui feliz no remate e o mais importante é que estamos na final. Temos de descansar porque corremos muito hoje e temos um jogo importante contra o Arouca na segunda-feira. Vamos ter tempo para descansar, temos é de trabalhar para ganhar. O Famalicão fez um grande jogo e é sempre assim, contra nós dão sempre a vida. Mas estamos preparados para isso e conseguimos vencer”, disse o internacional português.

“A nossa consistência permite que estejamos sempre a lutar por títulos. E ainda estamos na luta pelo Campeonato, queremos ganhar os dois títulos que ainda temos em disputa”, acrescentou Otávio, que marcou o quinto golo da época e o primeiro na atual edição da Taça de Portugal. Já Pepe, que falou à RTP3, acusou Colombatto de lhe ter dirigido insultos racistas, com o internacional português a ter confrontado Manuel Mota de forma veemente durante a partida depois do episódio.

“É triste isto acontecer entre atletas deste nível. Infelizmente, o árbitro não teve coragem. Porque ele ouviu perfeitamente! Ele chamou-me ‘mono’. Todo o mundo sabe o que é ‘mono’, é macaco em espanhol. Eu não saí de campo por respeito às pessoas que vieram aqui e que pagaram. E às pessoas que estavam em casa a ver o jogo e que pagam para ver futebol. É lamentável que isto aconteça entre jogadores. E ainda para mais à frente do árbitro, que é o chefe do jogo. O árbitro ouviu e depois estava todo atrapalhado. Temos VAR e só espero que escutem. Vou agora falar com as pessoas doo FC Porto, porque quero denunciar isto. É lamentável hoje em dia ainda acontecerem este tipo de coisas. Com todo o respeito, até pelo nosso adversário. Não saí do campo por causa disso”, começou por dizer o central.

“Sou capitão do FC Porto, capitão da Seleção Nacional e respeito muito esta profissão. Sou o que sou hoje por causa deste desporto e acho que temos de dar o exemplo, independentemente de ganharmos ou perdermos. É chato quando perdemos, mas nunca podemos insultar ou humilhar o próximo. É inadmissível nos dias de hoje, num campo de futebol com muitas câmaras e o próprio árbitro ali a um metro dele. Ouviu perfeitamente, só não teve coragem de parar o jogo ou dar uma repreensão ao jogador. É essa a minha indignação! Se o chefe do jogo não tem essa coragem, quem é que vai ter? Quem? Espero que as pessoas olhem para isto e tomem uma decisão. É inadmissível isto acontecer num campo de futebol, onde há crianças! Disse mesmo ao árbitro que estava dececionado com ele, não o cumprimentei por causa disso. Não merecia. Tinha autoridade e provas para mudar uma história negra do futebol. Não teve coragem”, terminou Pepe.