Tudo acabou bem, com os jogadores a cumprimentarem-se no final e a respeitarem a guarda de honra até ao palco para receber as respetivas medalhas de vencedores e vencidos, mas os ânimos estiveram exaltados até na altura do desempate por grandes penalidades, com Cavinato a responder a provocações de Luan Muller, vários jogadores a saírem do meio-campo e Barron e Neves a verem o cartão vermelho após o segundo penálti do Sporting. No final, e à semelhança do que tinha acontecido na última época com o Barcelona, os leões perderam e era notório o desalento entre jogadores e técnicos enquanto os espanhóis faziam a festa.

A resistência a VAR e apanha-bolas caiu nos penáltis: Sporting perde final da Champions frente ao Palma Futsal

Das lágrimas de Erick, a guardar uma das bolas da final naquela que pode ter sido a última decisão europeia pelos leões caso se confirme a mudança para o Barcelona na próxima temporada, aos agradecimentos de alguns dos elementos mais jovens que contavam com família e amigos nas bancadas, sobrava a tristeza pela terceira competição da época perdida depois da conquista da Supertaça e das derrotas nas meias da Taça da Liga (Quinta dos Lombos) e na final da Taça de Portugal (Benfica). Com isso, os leões falharam o terceiro título europeu, que colocaria o clube apenas atrás do Inter FS (cinco) e do Barcelona (quatro) e também Nuno Dias perdeu a oportunidade de igualar os três títulos do técnico catalão Jesús Vellasco.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Entre a questão dos apanha-bolas que desde a primeira parte deixaram de dar a bola a Guitta quando a mesma saía pela linha de fundo por forma a evitar uma reposição rápida (o que valeu um amarelo a Nuno Dias e a Bernardo Paçó pelos protestos) e o golo anulado a Sokolov após revisão de VAR que no mínimo deixou muitas dúvidas (André Lima, antigo internacional e treinador do Benfica, falou no Twitter de um “autêntico roubo”), a análise dos leões ao insucesso acabou por focar-se também naquilo que a equipa não conseguiu produzir sobretudo na primeira parte antes do crescimento que não evitou os penáltis.

“Foi um jogo intenso, bem disputado e equilibrado. Todos os lances foram disputados no limite. Houve uma entrega absolutamente fantástica dos jogadores. O Palma marcou um golo numa subida do guarda-redes, num lance que até foi feliz pela forma como a bola sobrou. Depois empatámos, marcámos e passámos para a frente a três ou quatro minutos do fim. Infelizmente não validaram o golo e o jogo foi para prolongamento. Acho que fomos melhores, apesar de o jogo ter sido equilibrado. Os penáltis podem tombar para qualquer lado. O Palma foi mais feliz e mais competente nesse momento e parabéns ao Palma por vencer pela primeira vez esta competição. Zero a apontar aos jogadores. Estiveram irrepreensíveis na atitude, na entrega e na luta. Só tenho de estar contente com o que fizeram”, referiu o técnico Nuno Dias à Sporting TV.

“Golo anulado? Isso fica mais para vocês [jornalistas] mas acho que na altura em que passamos para a frente com um lance desses, sempre que os árbitros quiserem marcar falta ao pivot, os jogos vão ter 25 faltas por parte. Se marcaram este da maneira como marcaram, quando estão os dois a agarrar… Mas temos de focar mais no que podemos controlar e deixar esse lances para vocês. Agora é recuperar em termos anímicos. Estamos desolados pela forma como perdemos e pela oportunidade que podíamos ter aproveitado. Sabem que podem contar sempre connosco. É o nosso ADN. Esta maneira de estar, de luta, de entrega, de empenho e de dedicação total pode não chegar. Uma vezes vai cair para nós e outros não, mas isso nunca vai faltar. Agradeço o apoio que nos deram aqui em Palma de Maiorca”, acrescentou ainda o treinador leonino.

“Ontem [sábado] assistimos a um jantar da UEFA onde ouvimos um discurso bonito da UEFA, que quer apostar mais no futsal pela sua dinâmica e crescimento. Hoje tivemos uma final da Liga dos Campeões, onde uma equipa marcou dois golos e outra marcou um, mas afinal não valia nada disso. Bom era ir a prolongamento e resolver nos penáltis. Hoje assistimos aqui ao descrédito total de uma modalidade que, afinal de contas, parece que a UEFA simplesmente condenou ao desprezo”, disse a propósito do golo anulado a Sokolov o vogal para as modalidades da Direção do Sporting, Miguel Afonso. “Agora de cabeça fria, agradecer aos meninos de azul e aos meninos de fato, pela verdade desportiva!”, escreveu também Tomás Paçó nas suas redes sociais, numa mensagem que entretanto foi apagada pelo internacional português.