O primeiro-ministro, António Costa, e o seu homólogo marroquino, Aziz Akhannouch, presidem na sexta-feira, em Lisboa, à XIV Reunião de Alto Nível Portugal-Marrocos, retomando as cimeiras que foram interrompidas por causa da pandemia da covid-19.

Segundo uma nota do gabinete do primeiro-ministro, “Portugal e Marrocos celebram em 2024 os 250 anos do Tratado de Paz e os 30 anos do Tratado de Amizade, Boa Vizinhança e Cooperação”.

Já em relação à agenda desta cimeira de governos, o executivo de Lisboa refere que o objetivo é impulsionar “uma parceria estratégica entre os dois países, cujos laços históricos se ligam a níveis sólidos de cooperação política, económica e cultural”.

“Centrado nas áreas do conhecimento, coesão social e desenvolvimento económico, o encontro incidirá sobre temas como a interconexão elétrica e a mobilidade laboral. Serão ainda assinados vários instrumentos jurídicos de reforço do relacionamento bilateral e, no mesmo dia, realizar-se-á um fórum económico”, acrescenta-se na mesma nota.

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A última cimeira entre os governos de Portugal e de Marrocos teve lugar em dezembro de 2017, em Rabat, ocasião em que foram assinados 12 acordos de cooperação bilateral.

“Estes 12 acordos espelham bem a intensidade das nossas relações políticas e económicas”, declarou na altura António Costa em conferência de imprensa.

Entre as 12 matérias acordadas, três eram relativas a matérias energéticas, com particular destaque para um memorando no domínio das energias renováveis, tendo em vista uma cooperação triangular entre empresas luso-marroquinas em mercados terceiros.

Ainda em matérias económicas, os governos de Portugal e de Marrocos assinaram um acordo de cooperação entre as duas agências nacionais de energia, assim como compromissos em torno de áreas como o turismo, a geologia e minas.

A então ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, assinou com o seu homólogo marroquino um acordo no domínio portuário e marítimo. Os dois países estabeleceram ainda compromissos de colaboração em áreas como a saúde, emprego, trabalho e proteção social, modernização administrativa e para ações conjuntas no campo da cultural, particularmente ao nível cinematográfico e audiovisual.

No final, o primeiro-ministro considerou que uma crescente proximidade e interdependência económica entre Portugal e Marrocos é um fator estratégico central para o futuro dos dois países, tanto no plano da segurança, como para as relações euro-africanas.

“Para Portugal, Marrocos é o país onde começa a África. Para Marrocos, Portugal é o país onde começa a Europa. A capital mais próxima de Lisboa é Rabat”, disse, numa referência à proximidade geográfica dos dois países.

O primeiro-ministro referiu-se igualmente às perspetivas de arranque da construção de um cabo de ligação elétrica com 220 quilómetros entre Tavira e Tânger no primeiro semestre de 2018 – projeto nessa altura avaliado entre 500 e 700 milhões de euros. Esse projeto, porém, ainda não está concluído.