Era algo há muito desejado, chegou talvez numa temporada em que não fosse tão esperado. 48 horas depois da conquista da Liga Europeia de hóquei em patins, o plantel do FC Porto foi ao Museu do clube entregar um troféu que fugia há 33 anos numa cerimónia que contou com Pinto da Costa, também ele muito ligado a esta secção primeiro como adepto e depois como diretor, há pouco mais de seis décadas. E essa simbologia esteve bem presente no discurso do líder portista, que agradeceu a plantel e staff a conquista da competição.

O título que Pinto da Costa mais ansiava chegou 33 anos depois: FC Porto sagra-se campeão europeu de hóquei em patins

“Caros campeões: não havia melhor dia para o Museu do FC Porto ser enriquecido com esse troféu do que o Dia da Europa. Demorou 33 anos a voltarmos a conquistá-lo, mas foi com toda a justiça numa final brilhante, depois de termos eliminado Benfica e Barcelona. Fomos a melhor equipa e vencemos com toda a justiça”, começou por recordar Pinto da Costa após uma Final Eight que começou com um triunfo frente ao rival lisboeta por 4-2, prosseguiu com a vitória com os catalães por 4-3 e fechou diante do Valongo por 5-1.

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“Em 1962, creio que ainda nenhum de vós existia, tomei pela primeira vez posse de um lugar de dirigente do FC Porto na secção de hóquei em patins. Isso leva, naturalmente, a que todos percebam o carinho que tenho por esta secção. Em 1982, quando assumi a presidência do FC Porto, tive a honra e prazer de poder contar como responsável de hóquei um grande portista e um grande homem, que foi o nosso querido amigo Ilídio Pinto. As minhas primeiras palavras têm de ser para todos os que contribuíram para que pudéssemos chegar aqui e de forma especial para o nosso querido Ilídio Pinto, obreiro durante muitos anos dos sucessos internacionais que tivemos no FC Porto. 41 anos depois, é um prazer enorme ter ao meu lado como dirigente da secção o Eurico Pinto, meu amigo e filho do nosso Ilídio. As minhas primeiras palavras são para te agradecer e à tua família, que sempre colaborou contigo e o teu pai. Espero que continuem com este amor ao FC Porto, à secção e a ser parte importantíssima dessas vitórias”, prosseguiu o presidente dos dragões.

“Ao Ricardo [Ares], uma palavra especial: tirando o futebol, penso que foi a única vez que estive presente numa assinatura de contrato. Lembro-me de dizer que tinha a certeza que tínhamos acertado. Se dúvidas houvesse, a confirmação das minhas palavras está aqui. Parabéns, que ganhe muitas mais e que continue muitos anos, porque foi recebido como um verdadeiro dragão. Ao nosso capitão, que envolveu todos no mesmo espírito e no objetivo de vencer, um reconhecimento porque engrandeceram a história do FC Porto e esta taça veio enriquecer muito o Museu do FC Porto. Desejo-vos as maiores felicidades nas vossas vidas e carreiras. Lembrem-se sempre: no dia da Europa, vocês ficaram na história do FC Porto como campeões europeus de hóquei em patins”, concluiu Pinto da Costa no seu discurso, deixando essa palavra final para Nalo Garcia, argentino que irá deixar os azuis e brancos no final da temporada.

“Têm sido fantásticos. É sempre um prazer ver qualquer equipa nossa a vencer mas o hóquei tem um significado especial”, diz Pinto da Costa

De recordar que esta foi a terceira vitória do FC Porto na Liga Europeia após as conquistas em 1987 e em 1990 (seguiram-se 11 finais perdidas até ao triunfo em 2023), num total de nove troféus internacionais entre duas Taças CERS (1994 e 1996), duas Taça das Taças (1982 e 1983), uma Taça Continental (1986) e uma Taça Intercontinental (2021). A par disso, os dragões têm também 24 Campeonatos, 23 Supertaças e 18 Taças de Portugal, com essa particularidade de, até Pinto da Costa chegar à presidência há pouco mais de quatro décadas, o hóquei em patins dos azuis e brancos ter apenas um Campeonato Metropolitano (1969).