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Color Square. Esta nova marca de roupa infantil é uma tela para ilustradores portugueses

Este artigo tem mais de 6 meses

Teresa e Inês, mãe e filha, lançaram uma concept store em setembro, enquanto a marca de roupa já estava no forno. A Color Square tem peças unissexo para os miúdos, produzidas e ilustradas em Portugal.

8 fotos

Cada peça de roupa tem o seu próprio storytelling, ou não tivesse esta marca levado um carimbo artístico da ilustradora de livros infantis Maria Remédio. Mas os miúdos também podem criar as suas próprias histórias para os desenhos, desta vez criados noutro tipo de telas, diferentes daquelas em que o seu trabalho se costuma materializar. Calças, jardineiras, T-shirts, vestidos, camisolas, coletes, meias. De uma explosão de cores nasce a nova marca infantil 100% nacional. Chama-se Color Square.

O projeto de Teresa e Inês Figueiredo, mãe e filha, começou como uma concept store online lançada em setembro do ano passado. Enquanto o projeto de curadoria de livros, atividades e brinquedos didáticos já fazia envios para toda a Europa, a marca de roupa estava no forno. “Acabou por se atrasar imenso”, confessa a filha em entrevista ao Observador. “Costumo dizer que foi o meu parto mais difícil, e eu sou mãe de três rapazes.”

Inês estudou gestão com especialidade em marketing e enveredou por uma multinacional de grande consumo na área da cosmética. Teresa, tal como a sua mãe e irmã, é farmacêutica. Seguiu pelo ofício da família, que tinha a sua própria farmácia, mas acabou por sair para ir para uma multinacional na indústria farmacêutica. Quando Inês resolveu que queria sair da empresa onde estava, Teresa sugeriu-lhe uma vaga na sua farmacêutica. Foi assim que mãe e filha acabaram por trabalhar juntas durante 12 anos.

As peças da Color Square não têm género ou temporadas

Antes de se afastar da empresa, em 2019, Teresa chegou ao topo da carreira e tornou-se CEO. O objetivo passou a ser criar o seu próprio negócio, mas os planos foram adiados pela pandemia. Em 2021, Inês despediu-se também e resolveram que queriam recuperar essa ideia do negócio, fazê-lo as duas. “Já tínhamos trabalhado juntas e tínhamos uma química muito boa. Achámos que tinha chegado a altura de criarmos uma coisa nossa.”

Foram viajar para Amesterdão e Paris em busca de inspiração, pensando que ficariam na área dos cosméticos. “Nessa viagem mudámos completamente de ideias. Desde que fui mãe, criei um interesse muito grande por tudo o que tenha a ver com crianças. Estava sempre à procura de marcas diferentes que não havia em Portugal”, continua Inês. “Nada contra uma Toys’R’Us da vida, mas é uma loja onde não entro. Faz-me muita confusão todo o plástico que há neste mercado infantil e as coisas com que os miúdos brincam 10 minutos antes de passarem para outro brinquedo. É tudo muito à volta das modas que se criam nas escolas.”

Era Inês quem escolhia os brinquedos que oferecia no Natal aos miúdos, brinquedos didáticos, sem idade, que podiam ser passados entre todos. Foi em Amesterdão que descobriram uma concept store para crianças que as fez perceber que o mercado infantil podia, afinal, ser o caminho a seguir. Quando chegaram a Paris, onde planeavam inicialmente ter a mira na indústria cosmética, os planos já tinham mudado.

As peças foram produzidas entre quatro fábricas no norte do país

Foi assim que, depois de vários meses de trabalho e pesquisa, acabaram por lançar a Color Square em setembro passado, com a curadoria de mais de 30 marcas internacionais e sustentáveis de brinquedos e atividades que querem “tirar as crianças um bocadinho dos ecrãs, conseguir que trabalhem mais a criatividade”. Ao mesmo tempo, já tinham quatro fábricas no norte do país a produzir a linha de roupa: uma para as malhas, outra para as sarjas, outra para as meias e uma última para os tricôs.

Começaram a criar a marca em abril do ano passado. “Dizemos a brincar que foi de primavera a primavera.” A ideia inicial seria lançarem tudo ao mesmo tempo, coleção de roupa e concept store, mas o processo de produção revelou-se mais desafiante do que previam. “Éramos inexperientes nesta área, era tudo novo para nós”, recorda. “Depois, sendo uma marca pequena — e a produção nacional produz muito para grandes grupos — somos colocadas no fim da linha. A nossa encomenda não é prioritária. Entra nos intervalos das outras produções.”

Desde finais de março, passou finalmente a ser possível comprar a linha infantil na loja online. É uma marca intemporal, sem estação do ano. “Não consigo perceber uma lógica em que seja preciso aplicar os valores das fast fashion à moda de criança. Não nos fazia sentido uma coleção ser desperdiçada no fim da temporada.” Seguindo os mesmos valores, as peças não têm género definido. “Ninguém sabe se vai ter rapazes ou raparigas ao longo do caminho. Quando condicionamos o tipo de cores que usamos, estamos a condicionar também a passagem entre primos e irmãos.” Foi por isso que escolheram cores primárias, “que não comprometem”.

Da esquerda para a direita: Inês Figueiredo, Maria Remédio e Teresa Figueiredo

As “coleções de artista” estão no ADN da marca. “Porque não juntar a qualidade do têxtil português ao design de ilustradores nacionais?”, esclarece Inês sobre o convite que fizeram a Maria Remédio, cujo trabalho já conheciam. É uma forma de permitir a estes artistas passarem a arte do papel para a rua, que torna cada coleção mais especial.

O que vem a seguir? Teresa e Inês querem abrir um espaço físico, internacionalizar a marca e desenvolver mais coleções com ilustradores e designers portugueses. Mas também querem “dar passos mais além” no campo da sustentabilidade. “Não basta usar algodão orgânico ou reciclado, o caminho não pode ser só por aí. Queremos ter um conceito circular, em que conseguimos recuperar os tecidos, reciclá-los e criar uma corrente sem desperdício.” Já estão a trabalhar com uma universidade em Lisboa, especialista no curso têxtil, para terem algumas orientações neste campo. “Há muito trabalho a fazer na indústria têxtil, que é uma das mais poluentes do mundo. É um percurso que não se consegue fazer logo na primeira coleção. Há muita coisa que temos de aprender pelo caminho.”

100% português é uma rubrica dedicada a marcas nacionais que achamos que tem de conhecer.

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