O primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte, disse na terça-feira ao Presidente brasileiro, Lula da Silva, que a segurança da União Europeia pode estar em risco “se a Rússia for bem-sucedida na Ucrânia”.

“Não se trata apenas de uma ameaça aos nossos valores”, afirmou Mark Rutte, que sublinhou: “Tem que ver com a nossa segurança que pode estar em risco se a Rússia for bem-sucedida na Ucrânia”.

Ainda assim, Mark Rutte agradeceu ao Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, pelos seus esforços para buscar a paz na Ucrânia, durante uma conferência de imprensa conjunta no Palácio do Planalto, em Brasília, considerando serem “potencialmente muito importantes também para ajudar a situação, envidar esforços para a paz”.

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“Também gostaria de dizer que os Países Baixos vão apoiar a Ucrânia o tempo que for necessário”, frisou, dizendo ainda que procurou explicar a Lula da Silva durante a reunião bilateral que a Europa procurou conversar com o Presidente russo, Vladimir Putin, nos últimos 10 anos, “mas desde então as coisas mudaram muito, a situação escalou desde 2022 com a invasão da Rússia à Ucrânia”.

O primeiro-ministro neerlandês disse ainda ter explicado a Lula da Silva que os Países Baixos fornecem armas à Ucrânia, porque se não o tivessem feito “a Ucrânia tinha caído nas primeiras semanas dessa terrível guerra”.

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Por outro lado, Lula da Silva afirmou esperar que o seu conselheiro especial de política externa, Celso Amorim, que chegou esta quarta-feira à Ucrânia, regresse ao Brasil com “indícios de soluções para a guerra”.

“Espero que Celso [Amorim] me traga não a solução, mas que ele me traga indícios de soluções para que a gente possa começar a conversar sobre paz”, afirmou.

“Ele já sabe o que o [Presidente da Rússia] Putin quer, ele agora vai saber o que quer o [Presidente da Ucrânia] Zelensky”, disse Lula da Silva, referindo-se ao facto de o seu conselheiro especial de política externa ter visitado a Rússia no início de abril, tendo-se encontrado com Vladimir Putin.

O líder brasileiro insistiu que o Brasil condena a “ocupação territorial” da Ucrânia pela Rússia, mas salientou que a continuação do conflito “só vai levar à morte”.

Por isso, é “hora é da diplomacia, não é hora de guerra”, notou Lula, mostrando-se ainda disponível para conversar com todos os países, entre os quais os líderes do G7 que estarão reunidos nos dias 20 e 21 de maio, em Hiroshima, no Japão.

Lula da Silva disse ainda que vai convidar a Índia e a Indonésia para se juntarem ao grupo de países que pretende formar para mediar a paz.

Rutte está em visita oficial ao Brasil, numa viagem de três dias em que é acompanhado por um grupo de empresários e que inclui paragens em São Paulo, Brasília e Fortaleza.