Um dos leões mais velhos a viver em estado selvagem em África, continente onde habita quase toda a população mundial deste felino, foi morto por pastores de etnia Massai no Quénia, anunciaram esta sexta-feira organizações ambientais.

O leão, um macho de 19 anos, de nome Loonkito, foi morto com uma lança depois de entrar num curral de gado perto do Parque Amboseli, no sul do país, disse à agência France-Presse o porta-voz do Serviço de Vida Selvagem do Quénia (KWS, na sigla em inglês), Paul Jinaro.

“Era um velho leão que lutava para se alimentar a si mesmo, e o gado é presa fácil. Um leão normal teria ido procurar alimento na vida selvagem, dentro do parque”, explicou Jinaro.

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A KWS descreveu Loonkito em 2021 como um “lendário guerreiro felino” que defendeu o seu território durante mais de uma década.

“É com o coração pesado que partilhamos a notícia da morte de Loonkito (2004-2023), o leão macho mais velho do nosso ecossistema e possivelmente da África”, disse a associação queniana Lion Guardians na sua página na rede socil Facebook, chamando-o de “símbolo de resiliência e coexistência”.

Os leões africanos normalmente têm uma vida útil de 12 a 18 anos no seu estado natural, de acordo com o grupo de conservação sul-africano Cats for Africa.

Cerca de 2.500 leões vivem no Quénia, de acordo com o primeiro censo nacional de vida selvagem do país, realizado em 2021.

As incursões de animais selvagens em áreas povoadas aumentaram nos últimos anos neste país da África oriental, à medida que o desenvolvimento urbano reduz o seu habitat e áreas de migração.

“Precisamos educar as pessoas e encontrar uma maneira de elas nos alertarem para que possamos trazer os animais de volta aos parques”, disse Jinaro.

Em julho, um leão escapou do Parque Nacional de Nairobi, localizado a sete quilómetros do centro da cidade, e causou o pânico num bairro ao sul da capital queniana. Foi depois colocado a dormir por guardas florestais que o levaram de volta ao parque.