A comparticipação do Estado à compra de carros elétricos pode acabar. Jorge Delgado, secretário de Estado da Mobilidade Urbana, em entrevista ao Jornal de Negócios e Antena 1 admite que os incentivos possam passar para o carregamento.

“O incentivo à aquisição teve um papel fundamental no início deste processo”, mas “mantivemos o incentivo nos últimos dois anos e o número de venda de carros elétricos disparou”. Por isso, “a opção de compra não está completamente ligada ao incentivo”, o que significa que “faz com que só seja útil para um conjunto relativamente reduzido quando comparado com o universo de compradores de carros elétricos”, declarou na entrevista.

Jorge Delgado admite, assim, “evoluir para um tipo de incentivo à mobilidade elétrica que seja um pouco diferente, que seja mais universal, atuando ao nível do custo de operação do carro, da energia do carro, fazer com que o custo de carregar possa baixar mais e ficar bastante mais barato que o custo de abastecer com combustível fóssil”.

O Governo ainda avançou este ano com um apoio à compra de carros elétricos de 5,2 milhões de euros. Também para este ano o Governo manteve um apoio para fazer baixar a tarifa de carregamentos.

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Na mesma entrevista, Jorge Delgado adiantou que o concurso para a compra de baterias para nove dos 10 navios elétricos adquiridos pela Transtejo será lançado “dentro de duas ou três semanas”. Este foi o contrato chumbado pelo Tribunal de Contas que levou à demissão da presidente da empresa de transporte fluvial, Marina Ferreira.

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O Governo recorreu, agora, a apoio técnico adicional, nomeadamente do INESC TEC do Porto, para “ajudar a parametrizar aquilo que queremos comprar, por forma a que seja o mais concorrencial possível e possam aparecer diferentes players a apresentarem-se como fornecedores daquele produto”, declarou na entrevista ao Jornal de Negócios e Antena 1. O concurso deverá ter o mesmo valor do anterior: 16 milhões de euros.

Foi também nesta entrevista que Jorge Delgado admitiu uma derrapagem nas obras de expansão dos sistemas de metropolitano de Lisboa e Porto de 500 milhões.

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