Uma série de monumentos nacionais e um museu foram dotados de maquetes e réplicas de pormenores daqueles espaços, com o intuito de tornar o património mais “acessível a todos”, anunciou esta quarta-feira a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).

“A partir de agora, os visitantes do Convento de Cristo, Mosteiro de Alcobaça, Mosteiro da Batalha, Palácio Nacional de Mafra, monumentos classificados como Património Mundial e ainda do Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra, terão à disposição maquetes volumétricas dos edifícios e réplicas e pormenores construtivos e decorativos, que poderão tocar e melhor apreender”, refere a DGPC, num comunicado esta quarta-feira divulgado.

Entre os elementos construtivos e decorativos que foram reproduzidos estão a janela Manuelina do Convento de Cristo e os túmulos do Mosteiro de Alcobaça.

Os edifícios e os pormenores foram reproduzidos, em “materiais táteis”, “para melhor poderem ser interpretados no decurso dos percursos expositivos, tornando desta forma o património mundial acessível a todos”.

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A DGPC concebeu o projeto de acessibilidade e inclusão em causa “para permitir a todos os visitantes destes monumentos uma melhor compreensão dos espaços e, simultaneamente, responder às necessidades de pessoas com deficiência visual (cegas ou com baixa visão)”.

Este projeto contou com o apoio da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, tendo as maquetes contado com a validação da ACAPO — Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal.

Os textos que acompanham as peças táteis foram traduzidos para inglês e braille e foram produzidos vídeos com interpretação em Língua Gestual Portuguesa, legendagem e áudio, disponíveis através de QRcodes.

As mesas onde foram colocadas as maquetes “foram projetadas para serem acedidas por todos, dado que permitem a aproximação frontal e lateral de pessoas em cadeira de rodas, bem como o alcance por parte de crianças e de pessoas com baixa estatura”.

O projeto da DGPC inclui também “uma componente de sinalética direcional visual de alto contraste, para orientar os visitantes nos percursos acessíveis em cada um dos edifícios indicados”, que ainda “está a ser desenvolvida”.

A criação das maquetes e réplicas de pormenores e a componente de sinalética “inserem-se num projeto de ‘Comunicação Acessível e Inclusiva’, apoiado pelo Turismo de Portugal, numa candidatura da DGPC ao ‘Programa Valorizar‘, linha de apoio ao Turismo acessível — All for All, com um investimento de cerca de 159 mil euros”.

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“Pretende-se que este projeto possa vir a ser alargado a todos os Museus, Monumentos e Palácios afetos à DGPC, tendo como objetivo a aposta numa maior acessibilidade, e um reforço da inclusão, medidas que também se inserem na Estratégia Nacional para a Inclusão da Pessoas com Deficiência 2021-2025, coordenada pela Direção Geral do Património Cultural”, lê-se no comunicado.