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Fumo branco para o prolongamento do acordo dos cereais. Com o prazo prestes a terminar (o último navio autorizado partiu da Ucrânia durante a manhã desta quarta-feira), e após semanas de negociações, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou o prolongamento, por mais dois meses, da iniciativa que permite o trânsito de cereais ucranianos através do Mar Negro.

O prolongamento do acordo por mais 60 dias foi confirmado por um porta-voz do Ministério da Defesa russo. As negociações entre Kiev, Moscovo, Istambul e as Nações Unidas chegam assim a bom porto, avertendo — pelo menos para já — um exacerbar da crise alimentar global causada pela guerra.

Da cimeira do Conselho da Europa em Reiquiavique, mais de 40 países acordaram a criação de um registo de danos para contabilizar a destruição causada pela Rússia à Ucrânia, o que representa uma boa notícia para a Ucrânia. Menos positiva foi posição da Alemanha sobre o envio de caças F-16, com Berlim a recusar-se a desempenhar um “papel ativo” no fornecimento destas aeronaves. “Não temos nem as capacidade de treino, nem as competências nem os aviões”, afirmou o ministro da Defesa alemão.

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Acordo para exportação de cereais ucranianos no Mar Negro foi prolongado por mais dois meses

Eis um resumo dos outros acontecimentos que marcam esta quarta-feira:

O que se passou durante a noite?

  • Portugal terá sido sondado quanto à sua disponibilidade para fornecer aviões de combate F-16 à Ucrânia, no âmbito da “coligação de jatos” proposta por Volodymyr Zelensky;
  • O sistema Patriot terá sofrido “danos ligeiros”, não sendo necessária a sua retirada do terreno na Ucrânia para ser reparado;
  • O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, propôs hoje adicionar mais 3,46 mil milhões de euros de ajuda militar adicional à Ucrânia, ao abrigo do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz;
  • O parlamento francês votou favoravelmente uma resolução que reconhece a grande fome da Ucrânia – o Holodomor – como um genocídio contra o povo ucraniano;
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou que a visita do secretário-geral da NATO a Portugal vai debruçar-se sobre a Ucrânia, mas também permitir alertar para a presença e “objetivos destabilizadores” da Rússia em África;
  • O Produto Interno Bruto (PIB) da Rússia contraiu 1,9% no primeiro trimestre de 2023, segundo dados preliminares da agência de estatísticas russa.

O que se passou durante a tarde?

  • O exército ucraniano relatou hoje novos avanços em Bakhmut, onde os combates se continuam a desenrolar;
  • Após a visita de um emissário chinês, Kiev reiterou que não está disponível para quaisquer negociações com a Rússia que envolvam ceder território a Moscovo;
  • A Hungria prometeu bloquear as sanções à Rússia e a ajuda militar da União Europeia à Ucrânia se Kiev não remover o banco OTP da sua lista de “patrocinadores da guerra”;
  • O Comando de Defesa Aeroespacial Norte-Americano (NORAD) detetou e rastreou na segunda-feira um avião militar russo na zona de identificação de defesa aérea do Alasca;
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros russos afirmou que os aliados mais próximos da Rússia estão a ser colocados pelo Ocidente numa posição “muito desconfortável”.

O que se passou durante a manhã?

  • As forças russas terão conseguido “ganhos marginais” em Bakhmut, de acordo com o think tank norte-americano ISW (Institute for the Study of War);
  • O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido avança que, a 3 de maio, a Ucrânia abateu um míssil Kinzhal, que a Rússia chegou a apelidar como “imbatível”;
  • A Ucrânia negou ainda que que o míssil hipersónico russo, alegadamente abatido na terça-feira, tenha destruído um sistema de defesa anti-mísseis Patriot em Kiev;
  • O Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia indicou, esta quarta-feira, que 200.590 soldados russos foram mortos desde o início da guerra;
  • O chefe da Administração Estatal Regional de Kharkiv, Oleg Sinegubov, alega que a Rússia atacou a região mais de 140 vezes no último mês;
  • António Costa considerou essencial a responsabilização da Rússia pela sua intervenção militar na Ucrânia e admitiu que os indícios de violações de direitos humanos que se têm descoberto podem equivaler a crimes de guerra;
  • Um tribunal de Moscovo ordenou de um conceituado produtor de cinema e um diretor de teatro russos por criticarem a guerra na Ucrânia e “espalharem informações falsas” sobre o exército.