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O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia acusou os líderes da Alemanha de serem descendentes de nazis e de apoiarem os “neonazis” da Ucrânia. Para Sergei Lavrov, os radicais estão no Ocidente.

“Se olharmos para as ações dos filhos dos militares alemães e dos homens das SS (Schutzstaffel: a organização paramilitar do partido Nazi) que agora dirigem a Alemanha, vemos que a atual liderança herdou os genes nazis“, explicou ao canal televisivo de extrema-direita Tsargrad, acrescentando, porém, que a cultura russa segue o lema de não culpar os filhos pela conduta dos pais.

“Mas, claro, cada um deve responder pelas suas ações”, salienta, citado pelo El Mundo.

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Os comentários de Lavrov têm como alvo o Batalhão Azov, que integra as reservas das Forças Armadas ucranianas e terá origens na extrema-direita. “Os líderes europeus associam-se ao regime neonazi, que não esconde a reabilitação de criminosos, havendo marchas do Azov com símbolos das SS em faixas e bandeiras, algo diretamente emprestado dos símbolos da Alemanha nazi”, declara.

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Para o diplomata, as causas da invasão russa começaram quando o Ocidente estava exclusivamente preocupado em proteger o regime de Kiev, que “proclamava abertamente a sua russofobia”. Na sua perspetiva, “a guerra foi o resultado da diplomacia da mentira”.

O ministro acrescenta que os comentários do Presidente Emmanuel Macron lhe causaram alguma irritação (“a Rússia está a tornar-se num vassalo da China”), bem como os de  Olaf Scholz e Annalena Baerbock. O chanceler e a homóloga alemã de Lavrov declararam, “orgulhosamente, que a Ucrânia está a lutar e a derramar sangue pelos valores europeus”.

O canal Tsargrad TV tem sido visto por muitos comentadores como sendo um palco de propaganda do regime russo. Aleksandr Dugin, referido como o cérebro de Vladimir Putin, é o editor-chefe da estação televisiva responsável por emitir programas da Igreja Ortodoxa. Konstantin Malofeev é o presidente do conselho de administração e tem várias ligações a líderes de extrema-direita, como Matteo Salvini e Jean-Marie Le Pen.

“Criticamos quem está no poder. Mas não se deve criticar Vladimir Putin. Isso é absolutamente proibido”, explicou Malofeev, citado pelo órgão de comunicação social russo independente The Bell.

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