O Papa Francisco pode vir a enviar dois mediadores para conversações com os presidentes da Ucrânia e da Rússia e tentar cimentar um cessar-fogo no conflito, segundo o site italiano Il Seismografo especializado em informação católica.

Este novo gesto diplomático pode fazer parte da missão secreta de paz que Francisco anunciou durante o voo de volta de Budapeste no mês passado, segundo a publicação.

O Papa então enfatizou: “Estou pronto para fazer tudo o que precisa ser feito. Além disso, agora há uma missão em andamento, mas ainda não é pública. Vejamos como… Quando for pública, eu contarei”.

No entanto, os governos da Rússia e da Ucrânia, com poucas horas de diferença, segundo a Europa Press, responderam não estarem cientes dessa iniciativa e disseram não ter recebido nenhuma comunicação específica.

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Segundo Il Seismografo, o plano contempla que o presidente da Conferência Episcopal Italiana, cardeal Matteo Zuppi, viaje a Kiev para manter conversas com o presidente ucraniano, Volodímir Zelenski, e o líder do Departamento para as Igrejas Orientais, o arcebispo Claudio Gugerotti, a caminho de Moscovo para se encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin.

A Sala de Imprensa do Vaticano não confirmou, no entanto, a informação. No entanto, fez referência às recentes declarações do secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, que assegurou que “agora é o momento de tomar a iniciativa de criar uma paz justa na Ucrânia”.

Se confirmado, o envio dos dois delegados papais para colocar na mesa a possibilidade de um cessar-fogo que pudesse conter a escalada de violência seria um passo diplomático semelhante ao dado pelo Papa João Paulo II, que em 2003 enviou dois elementos de alto nível para Washington e Bagdade numa tentativa frustrada de impedir o início da guerra do Iraque.

Este sábado, o Papa recebeu Zelenski no Vaticano, com quem se reuniu à porta fechada durante 40 minutos.

Conforme explicado pelo líder ucraniano, o Papa expôs ao Pontífice o seu plano de paz de dez pontos, que inclui que a Rússia abandone todas as posições ucranianas, como única saída possível da guerra.