A Federação Nacional da Educação (FNE) anunciou este domingo uma greve nacional em 6 de junho e afirmou que a luta nas escolas irá continuar no próximo ano letivo, se os problemas dos professores não forem resolvidos pelo Governo.

O anúncio foi feito por Pedro Barreiros, que foi este domingo eleito secretário-geral da FNE, para um mandato de quatro anos, durante o XIII Congresso Nacional daquela organização sindical, que decorreu em Aveiro. “No que diz respeito à contestação e àquilo que é o processo dito pelo Ministério da Educação negocial, mas que nós não sentimos dessa forma, desde já anunciamos e aprovamos uma resolução para a marcação da greve no dia 6 de junho“, disse à agência Lusa Pedro Barreiros, dando conta de que “outras formas de luta” serão ponderadas até ao final do ano letivo.

O novo líder da FNE assegurou ainda que a partir do primeiro dia de aulas do próximo ano letivo os professores estarão em luta, caso o Ministério da Educação “não assuma a necessidade e urgência de resolver os problemas” que motivam estas ações.

Pedro Barreiros lamentou ainda a ausência de representantes de vários partidos políticos com assento parlamentar, nomeadamente do PS, na cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos sociais da FNE, sublinhando que a democracia se constrói através da participação”. “Podemos estar em desacordo. Pode até mesmo este momento não ser o ideal — ser um momento de contestação, complexo —, mas também temos de saber distinguir aquilo que é o Governo e aquilo que são os partidos com assento parlamentar”, afirmou.

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Foi ainda anunciado que a partir de segunda-feira será enviado um pedido de reunião aos partidos políticos, ao Presidente da República e a diversas instituições para apresentar o novo plano de ação que foi aprovado no congresso. A cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos sociais da FNE contou com a presença de representantes do PSD, Chega e Iniciativa Liberal e de várias organizações sindicais, além do secretário-geral da central sindical UGT, Mário Mourão.

Pedro Barreiros foi eleito este domingo secretário-geral da FNE, com 94,7% da votação, em eleições com lista única. O até agora vice-secretário-geral da FNE e presidente do Sindicato dos Professores da Zona Norte sucede a João Dias da Silva, que estava há 19 anos na liderança daquela organização sindical.

Os novos órgãos sociais da FNE (Secretariado Nacional e a Mesa do Congresso) para o quadriénio 2023-2027 foram eleitos com 397 votos a favor, 13 votos contra, seis votos em branco e três votos nulos, num universo de 419 votantes.

A Federação congrega 10 sindicatos — quatro no continente, dois nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, três de não docentes e o Sindicato dos Professores das Comunidades Lusíadas.