A segunda fase do campeonato nacional de basquetebol, para os candidatos ao título, tinha apenas um objetivo: não realizarem nenhum clássico até à final. O FC Porto estava no primeiro lugar até à penúltima jornada, mas uma derrota com a Oliveirense no último jogo (que sucedeu a um desaire com o Lusitânia) levou a que, na meia-final, os dragões tivessem que enfrentar o Sporting, o que é uma dificuldade acrescida na luta pelo título.

Leões e dragões chegavam à segunda ronda do playoff após terem eliminado o Lusitânia e o Vitória SC, respetivamente. Ambos os conjuntos não cederam e aplicaram a chamada varridela (2-0, em jogos, suficiente para ultrapassar uma série à melhor de três). Ainda assim, o FC Porto vinha do segundo pior registo defensivo da temporada, tendo sofrido invulgares 101 pontos, em Guimarães.

Também o último encontro entre a equipa verde e branca e os portistas ficou marcado pelos muitos pontos concretizados (110-106, no prolongamento) e pelo equilíbrio. “Os resultados da fase regular de pouco valem. É playoff e temos que encarar cada jogo como uma final”, afirmou à Federação Portuguesa de Basquetebol Fernando Sá, treinador dos dragões. “O Sporting é uma equipa que tem como filosofia um jogo bastante agressivo e intenso, em termos defensivos, e que procura explorar vantagens diretas no ataque. Muito efetivos nas transições e ressaltos. Juntando a tudo isto o talento individual que tem, pode colocar-nos bastantes problemas. Temos que estar consistentes e estáveis em termos emocionais.”

Na antevisão ao jogo 1, no Dragão Arena, de uma eliminatória à melhor de cinco, o treinador do Sporting, Pedro Nuno, contrapôs. “Esta equipa, nestes momentos, tem sempre boas reações. Por isso, temos de nos preocupar connosco próprios, com a nossa defesa – que é aquilo que nos caracteriza –, não sermos batidos no 1×1 e ter atenção ao ressalto ofensivo do FC Porto, que foi algo que nos criou dificuldades no último jogo. Se formos coletivos e se formos nós próprios, temos todas as capacidades para seguir em frente”.

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A defesa acabaria por ser um fator preponderante. Numa fase inicial, foi muito difícil para as duas equipas conseguirem lançamentos abertos. O Sporting abdicou da pressão a campo inteiro que normalmente usa e adotou um sistema defensivo parecido com o que o FC Porto apresentou. As duas equipas procuraram negar as ações de bloqueio direto com shows agressivos dos jogadores interiores. Os tiros abertos concedidos pelo FC Porto eram oferecidos quando, no lado cego, estava João Fernandes, que se mostrou desinspirado da linha dos três pontos.

Os roubos de bola ajudaram o FC Porto a ter alguns lançamentos fáceis e a construírem uma curta vantagem no final do primeiro quarto (18-16). O Sporting respondeu na mesma moeda no segundo período, o que, aliado às indicações de Pedro Nuno no intervalo entre parciais, permitiu aos leões estarem em vantagem ao intervalo (45-32).

Joshua Patton, poste leonino, estava a desempenhar bem a função de protetor do aro. Com a defesa verde e branca condensada no pintado, o FC Porto abriu o campo com os atiradores. Marvin Clark e Max Landis estavam a ser uma ameaça no exterior, nomeadamente com o base a explorar as movimentações sem bola para se libertar.

No final do terceiro período, o FC Porto já só perdia por 62-58 mesmo com o desacerto total de Finke. O Sporting continuava na frente, mas a tendência do encontro tinha mudado. Travante Williams foi excluído a cinco minutos do final.

Nessa fase, Eddy Polanco e Marcus Lovett fecharam o jogo a favor do Sporting, impedindo que os dragões conseguissem passar para a frente. Com a vitória por 88-80, os leões ficam com o fator casa da série e adiantam-se na meia-final. Nos destaques estatísticos do encontro, salientar os 29 pontos de Max Landis (6/12 de três pontos), os 22 de Marcus Lovett e as 13 assistência de Miguel Maria Cardoso. Ao nível dos pontos marcados na área pintada, o Sporting superiorizou-se com 42 contra apenas 26 do FC Porto.

O jogo 2 das meias-finais realiza-se esta terça-feira. Na outra meia-final, o Benfica venceu a Ovarense por 88-59.