O presidente do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, considerou esta segunda-feira que a situação na educação no continente “é arrepiante”, criticando que haja dinheiro para privatizar a TAP, mas que não seja feito um acordo com os professores.

“O que se passa no continente é arrepiante. Nós estamos com miúdos há três anos sem aulas. Eu pergunto: o que é que vai ser da mobilidade social destas crianças?”, questionou Miguel Albuquerque.

“Aqui este problema não existe e o dinheiro foi muito bem aplicado. Não aplicámos o dinheiro no capricho ideológico da TAP, não aplicamos o dinheiro noutras palermices onde eles andam a aplicar”, declarou.

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O líder do PSD/Madeira e presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP) falava na sessão de abertura das Jornadas Parlamentares do PSD, que decorrem entre esta segunda-feira e terça-feira na Assembleia Legislativa da Madeira sob o lema “Ambição para Portugal. Acreditar na Madeira”.

Miguel Albuquerque salientou que, na Madeira, o executivo insular fez um acordo de recuperação do tempo de serviço dos professores, argumentando que um país como Portugal, “que precisa de fazer a transição para a nova economia, tem de ter professores motivados, escolas a funcionar”.

“Nós estamos a pagar erros, estamos a gastar dinheiro em situações absurdas. Este primeiro-ministro [António Costa] nacionalizou a TAP. Vamos meter lá quase 4 mil milhões de euros para depois privatizar e não há dinheiro para fazer um acordo com os professores?“, questionou.

“Nós estamos a criar uma fatura em Portugal que vai ser catastrófica. E estou a dizer isto porquê? Meus amigos, os filhos dos ricos estão no colégio francês e estão no colégio alemão, esses têm o futuro assegurado. Agora as escolas publicas da periferia, do interior, sem aulas, o que e que vai ser destes miúdos? Como é que nós vamos ter uma geração preparada?”, insistiu.

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O social-democrata referiu que, na Madeira, “os miúdos dão robótica, dão sensores, dão matemáticas aplicadas”, acrescentando que os alunos “até quase ao 10.º ano” têm acesso a manuais digitais.

“A única coisa que a gente pode dar às futuras gerações é ter os jovens mais bem qualificados. […] Os professores são uma classe que tem de ser respeitada e é uma classe que deve ser bem remunerada, porque daqui a dias não temos professores, e quem vai pagar isto vão ser as novas gerações”, sublinhou.

A parte do discurso de Miguel Albuquerque dedicada aos professores inseriu-se no pilar relativo “à coesão social, cidadania e paz social”, um dos oito que elegeu como “fundamentais” e que considerou que têm marcado a governação do executivo regional nos últimos quatro anos.

De acordo com o presidente do Governo Regional, a estabilidade política, o crescimento económico, a diversificação da economia, a manutenção do investimento público, as políticas de emprego, redução da dívida pública e a redução da carga fiscal são os outros pilares estratégicos da governação social-democrata no arquipélago.

Na área do emprego, Albuquerque disse que a grande ambição do Governo da Madeira “é não reforçar ou reforçar ao mínimo a chamada esmola”, defendendo que “a política da esmola e a política de subsídio deve ser de recurso, nunca deve ser a política do Estado”.

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Relativamente aos desafios futuros, o líder do PSD/Madeira apontou que é “decisivo e fundamental romper os bloqueios anacrónicos” do Estado.

Por seu turno, o atual presidente da Câmara do Funchal (PSD/CDS-PP) e ex-presidente do Governo Regional, Pedro Calado, afirmou que o país empobreceu “depois de décadas de socialismo”.

“Nós estamos integrados num país sem rumo, sem estratégia, sem qualquer forma de atratividade dos nossos jovens”, considerou. Pedro Calado acrescentou que Portugal está “num beco sem saída”, ressalvando, depois, que há uma luz ao fundo do túnel, referindo-se ao PSD.