Além de ter aberto mão de concessionários e ter optado por concentrar tudo na empresa, realizando vendas, entregas e assistências através de instalações e técnicos próprios, a estratégia da Tesla passou por prescindir de áreas que consomem tradicionalmente muitos meios, como as relações públicas e com a imprensa, bem como o marketing e a publicidade. Agora, tudo indica que Elon Musk voltou atrás na sua decisão em relação aos investimentos publicitários. Pode ver em baixo um vídeo publicado no Twitter e alegadamente pago pela Tesla, destinado aos mercados asiáticos.

Esta marcha-atrás no que respeita à publicidade acontece num momento em que a Tesla, à semelhança de outros construtores, começa a enfrentar uma situação em que tem cada vez menos clientes em fila e à espera, durante meses a fio, pela entrega do seu carro novo. Isto leva a marca norte-americana a pretender alargar rapidamente o seu leque de potenciais clientes, pelo menos ao ritmo a que aumenta a sua capacidade de produção, que era de apenas 367 mil veículos em 2019 e que, em 2023, atingirá 1,8 milhões.

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Se em 2019 Musk anunciou no Twitter que a “Tesla não fazia publicidade ou patrocínios”, afirmando que preferia “utilizar essas verbas para tornar o produto ainda melhor”, o discurso agora é outro. No mesmo Twitter de que agora é CEO – e que necessita de publicidade como de pão para a boca para se tornar viável –, Musk surgiu com o primeiro filme promocional, específico para o mercado asiático. Antes tinha admitido na reunião anual com investidores e em resposta ao desafio de um deles, que a marca iria “experimentar fazer alguma publicidade e ver como corre”, apesar de confessar que aceitou “investir, mas ainda não tem uma estratégia perfeitamente delineada”.

A Tesla irá agora medir prós e contras para determinar se é mais eficaz investir em promoção e publicidade da marca e dos seus veículos, ou manter a actual política de redução de preços, que tem utilizado com aparente sucesso nos últimos meses. Em alternativa, poderá adoptar uma estratégia mista, como a generalidade dos construtores faz há décadas, sendo tudo uma questão de custo/benefício.