Provavelmente precipitámo-nos ao antecipar o verão depois das ondas de calor recorde de abril. Maio começou com chuva, os últimos dias têm sido de trovoada por todo o país, ainda que as temperaturas se mantenham altas. E os modelos meteorológicos para as próximas três semanas prevêem que a instabilidade se mantenha, provavelmente até meio de junho.

Por isso a palavra chave é exatamente essa: precipitação. Não só porque talvez tenha sido cedo demais para tirar a roupa fresca e as sandálias do armário. Mas exatamente porque à pergunta quando é que vai parar de chover, a resposta seja, apesar de incerta, talvez só depois do Santo António. Ou seja, sardinhas e marchas molhadas e bodas (do padroeiro de Lisboa) abençoadas.

[Ouça aqui o primeiro episódio do podcast “Piratinha do Ar”, a história real do miúdo de 16 anos que sequestrou um avião da TAP com 82 passageiros a bordo”]

Episódio 1: “O Sequestro do Voo 131”

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A chuva que chega agora, tarde demais no ano para muitas culturas — é preciso sublinhá-lo —, não deverá ser em quantidade suficiente parar retirar o país da situação de seca em que se encontra. Nem para encher albufeiras. Mas ajudará a recuperar algumas reservas de água e a humedecer os solos, reduzindo o stress hídrico em que se encontram, o que diminui também o risco de incêndio.

Os tais mapas meteorológicos mostram bastante instabilidade sobre a Península Ibérica nas próximas três semanas — até meados de junho –, com precipitação acima do normal para esta época do ano, mas também temperaturas abaixo do habitual.

Ou seja, é provável que tenhamos de comemorar os Santos de botas e casaco. E se a notícia tem o lado bom para um país em situação de seca, pode ter já uma parte má para algumas culturas (a queda de granizo prevista pode ser bastante destruidora – ai as cerejas!). E é negativa, claro, para muitos que decidiram tirar férias nas primeiras semanas de junho, marcadas por vários feriados e pontes (8 de junho, quinta-feira, Corpo de Deus e 13 de junho, terça, dia de St. António, feriado municipal em Lisboa e em várias cidades).

Para a próxima semana, de 29 de maio a 4 de junho, o IPMA prevê que a probabilidade de precipitação total semanal seja superior ao normal entre 50 a 90%. Já a temperatura média semanal deve ficar entre -3ºC a -0.25°C inferior ao que é habitual. De 5 a 11 de junho, a probabilidade de chover é de 50 a 80%, mas os termómetros já devem subir um pouco. Para a semana de 12 a 18 de junho, quando as previsões já são mais complicadas, mantêm-se contudo indicações de chuva entre 40 a 60%, não sendo possível estabelecer estatísticas para temperaturas.

Em relação aos próximos dias, não foram para já emitidos quaisquer alertas, mas para esta quinta-feira ainda estão previstos aguaceiros, que poderão ser fortes e acompanhados de trovoada, em especial no interior Centro e Sul durante a tarde. Poderá, no entanto, contar com mais calor. Sexta as temperaturas descem, mas a chuva deve estender-se a quase todo o país, desta vez caindo sobretudo nas regiões Norte e Centro durante a tarde, onde se espera queda de granizo. Para o fim de semana, a situação deve manter-se muito semelhante.