A economia de Macau voltou a crescer no primeiro trimestre deste ano, com o produto interno bruto (PIB) a subir 38,8% em termos homólogos, com o fim da política “zero Covid”, disseram esta quinta-feira as autoridades.

O PIB da região administrativa especial chinesa atingiu 74,1 mil milhões de patacas (8,6 mil milhões de euros) nos primeiros três meses de 2023, adiantou a Direção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

A DSEC apontou, em comunicado, para o “alívio das restrições de entrada em Macau, a plena retoma das deslocações entre Hong Kong e Macau e o recomeço das viagens em grupo do interior da China” como fatores favoráveis.

Macau, que à semelhança da China seguia a política “zero Covid”, anunciou, em dezembro, o cancelamento da maioria das medidas de prevenção e contenção, depois de quase três anos das rigorosas restrições.

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A China levantou em 6 de fevereiro todas as restrições devido à pandemia de Covid-19 nas deslocações para Hong Kong e Macau, permitindo o reinício das excursões organizadas para as duas cidades.

Em resultado, as exportações de serviços do jogo duplicaram em comparação com o primeiro trimestre do ano passado, enquanto as exportações de outros serviços turísticos aumentaram 72,9%, sublinhou a DSEC.

Macau regista maior receita do jogo desde o início da pandemia

Macau registou quase cinco milhões de visitantes nos primeiros três meses de 2023, mais 163,7% em comparação com igual período do ano passado, enquanto as receitas do jogo quase duplicaram, para 34,6 mil milhões de patacas (quatro mil milhões de euros).

Os dados da DSEC mostraram que as despesas do governo aumentaram mais de 30%, devido a medidas de apoio económico, que incluíram dar oito mil patacas (920 euros) a cada residente, montante que podia ser usado para efetuar pagamentos, sobretudo no comércio local.

O investimento em obras públicas subiu 28,2%, devido à construção de habitação pública e da quarta ponte entre Macau e a Taipa. Pelo contrário, o investimento em construção privada caiu 17,5%, devido ao “decréscimo do investimento em casino”, referiu o comunicado.

A DSEC destacou que a economia de Macau no primeiro trimestre representa cerca de dois terços do PIB no primeiro trimestre de 2019, antes do início da pandemia.

Fim das restrições levam a novo recorde de vendas a retalho em Macau, faturando 2,8 mil milhões de euros nos primeiros três meses

No ano passado, o PIB de Macau tinha contraído 26,8%, sobretudo devido a uma queda de 51,4%, para 42,2 mil milhões de patacas (4,9 mil milhões de euros) nas receitas do jogo, a indústria dominante da região chinesa.

Em março, a agência de notação financeira Fitch previu que a economia de Macau vai recuperar 48% este ano, com o volume de negócios dos casinos a atingir metade do nível pré-pandemia, graças ao fim da política “zero Covid”.