É o maior número em sete anos e o alerta é de que o sistema pode estar em colapso. Nos primeiros quatro meses deste ano, 65 jovens, considerados delinquentes, foram internados em centros educativos por ordem judicial, o maior valor desde 2015. Os números, noticiados pelo Jornal de Notícias, são divulgados na mais recente “Estatística Mensal dos Centros Educativos”, da competência da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP).

Em Portugal existem 6 centros educativos — 3 em Lisboa, 1 no Porto, 1 em Vila do Conde e 1 em Coimbra. Segundo a DGRSP, a medida de internamento tem por objetivo, através “do afastamento temporário do seu meio habitual e da utilização de programas e métodos pedagógicos”, a interiorização, nos jovens, “de valores conformes ao direito e a aquisição de recursos que lhe permitam, no futuro, conduzir a sua vida de modo social e juridicamente responsável”.

Ao JN, o Sindicato dos Técnicos da Direção-Geral da Reinserção e Serviços Prisionais alerta que o sistema está à beira do colapso — faltam infraestruturas e recursos humanos — e no centro portuense a lotação foi ultrapassada (112%). No de Vila de Conde, a lotação é de 100%.

O documento oficial revela que os 65 internamentos, comparados com o período homólogo, representam um crescimento de 41,35%. “A 30 de abril de 2023, o número de jovens internados em centro educativo era de 128”, mantendo-se a tendência de 2021 e 2022 de crescimento do número de jovens em centro educativo.

Atualmente, a lotação total dos seis centros educativos é de 152 lugares, verificando-se uma taxa de ocupação de 84,2%.

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