O PSD e PCP do Porto questionaram esta quinta-feira o Governo PS sobre a possível criação da Unidade Local de Saúde (ULS) São João e quais os seus objetivos e vantagens, defendendo um debate dada a importância do tema, adiantaram em comunicados.

Os partidos entendem que estas “megaestruturas” não trouxeram, até agora, vantagens numa melhor coordenação e articulação dos cuidados de saúde. Numa nota enviada à Lusa, o PSD/Porto referiu que o Governo PS se prepara para alterar a gestão e o modelo de funcionamento do sistema de saúde do concelho com a “eventual” criação das ULS São João e Santo António, ambos centros hospitalares.

“Quais os objetivos que o Ministério da Saúde pretende alcançar com a eventual criação das ULS São João e ULS Santo António e qual o seu impacto nos cidadãos do Porto”, questionaram os sociais-democratas.

O PSD/Porto interrogou-se ainda sobre as evidências de que dispõe o Ministério da Saúde, nomeadamente quanto aos resultados das ULS já existentes, de que a eventual criação de novas ULS irá aumentar o acesso e a qualidade dos cuidados de saúde prestados aos utentes do Porto.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Lisboa e Vale do Tejo vai dispor das primeiras quatro Unidades Locais de Saúde

Considerando esta decisão da “maior importância” para os cidadãos, os sociais-democratas consideram que tal não deve ser tomada no “segredo e na opacidade de um qualquer gabinete”, devendo ser debatidas e demonstradas as mais-valias de tal mudança.

Também o PCP/Porto, igualmente em comunicado enviado às redações, salientou que a realidade veio a demonstrar que essas estruturas não trouxeram vantagem numa melhor coordenação e articulação dos cuidados de saúde.

“O que aconteceu foi uma ainda maior centralização da gestão nas unidades hospitalares de cada ULS com uma sistemática desvalorização dos cuidados de saúde primários, sempre relegados para segundo plano”, sublinhou.

Por esse motivo, os comunistas alertaram que tomar uma decisão destas sem que se tenha feito nenhum balanço sério das ULS anteriormente criadas tem como objetivo concentrar cada vez mais os serviços, continuando a “desvalorizar os cuidados de saúde primários e disfarçar a falta de medidas de valorização dos profissionais de saúde”.

SNS vai dispor de mais sete novas Unidades Locais de Saúde

O PCP/Porto defendeu a criação de um modelo que assente na criação de sistemas locais de saúde, ou seja, organismos com existência jurídica, integrando hospitais e centros de saúde do Sistema Nacional de Saúde (SNS) de uma determinada região, mas com uma direção acima de cada uma das unidades e com poderes para tomar as decisões e distribuir os meios e recursos de forma adequada.

A 24 de abril, a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) anunciou que as regiões Norte e Lisboa e Vale do Tejo vão ter mais sete novas ULS, passando a totalizar 27 no país que assegurarão respostas em saúde a mais de metade da população.

No Norte, irão ser constituídas as ULS de São João, Vila Nova de Gaia/Espinho, Barcelos, Dão Lafões (Tondela e Viseu) e do Baixo Mondego (Figueira da Foz). Na região de Lisboa e Vale do Tejo irão ser criadas as unidade locais de Saúde do Estuário do Tejo (Vila Franca de Xira) e do Médio Tejo.

Modelo para cuidados paliativos nas Unidades Locais de Saúde em discussão pública