Os sindicatos bancários Mais, SBC e SBN anunciaram esta quinta-feira que recusaram o acordo com a Caixa Geral de Depósitos (CGD) exigindo que o banco aplique o aumento salarial adicional de 1% anunciado pelo Governo para este ano.

“A CGD fez tábua rasa das normas transmitidas pela tutela, negando-se a atualizar o AE [Acordo Empresa] em mais 1%”, afirmam em comunicado os sindicatos do setor financeiro (Mais), o Sindicato dos Bancários do Centro (SBC) e o Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro de Portugal (SBN).

Perante a posição do banco público, os sindicatos “não deram a sua anuência ao acordo, considerando que a CGD tem condições para aplicar este adicional — que claramente não terá impacto nas suas contas, mas é justo para os trabalhadores”, pode ler-se na nota à imprensa.

“Convictos de que a CGD vai reconhecer que os seus trabalhadores merecem e que os sindicatos têm razão em pugnar pela melhoria das suas condições de vida, estes aguardam que o banco público repondere a sua posição e cumpra as suas responsabilidades”, frisam as estruturas sindicais.

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Os sindicatos referem que, em março, na anterior reunião de negociação do AE da CGD, foi proposto um aumento de 76 euros na tabela salarial e um acréscimo de 5% para para a generalidade das rubricas pecuniárias, com exceção do subsídio de refeição (12,50 euros), subsídio de nascimento (900 euros), subsídio de trabalhador estudante (24,74 euros) e crédito à habitação (250.000 euros).

A proposta não foi aceite pelos sindicatos por defenderam que a CGD estava em posição de ir mais longe, nomeadamente face aos lucros anunciados.

Há cerca de duas semanas, também o Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC) denunciou a “recusa” da CGD em aplicar o aumento extraordinário de 1% anunciado pelo Governo, apelando à intervenção do executivo.

O Governo anunciou em março um aumento salarial intercalar de 1% para a administração pública este ano, bem como um aumento de 5,20 euros para seis euros no subsídio de alimentação, face ao aumento da inflação acima do previsto.

Em 17 de maio, o Ministério das Finanças anunciou ter dado indicações às empresas do Setor Empresarial do Estado para processarem o aumento salarial adicional às empresas públicas, onde se inclui a CGD, segundo os sindicatos.

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